Conteúdo publicado há 6 meses

'Urubu na janela': suspeita de matar namorado falou de odor, diz cúmplice

A suspeita de ter matado o empresário Luiz Marcelo Antonio Ormond, no Rio, teria reclamado do mau cheiro do corpo, segundo mulher presa por envolvimento no crime, e que se apresenta como cigana. Júlia Andrade Cathermol Pimenta, que seria namorada da vítima, está foragida.

O que aconteceu

Júlia teria enviado mensagens se queixando do cheiro que o corpo em decomposição exalava. A informação foi repassada à polícia em depoimento pela cigana Suyaney Breschak, presa ontem por supostamente ter ajudado Julia a se desfazer dos bens do namorado.

Mulher chegou a dizer que havia "um urubu na janela". Julia teria permanecido no apartamento da vítima por dias. Corpo foi encontrado após vizinhos se incomodarem com cheiro forte, e acionarem a polícia.

A suspeita também teria enviado mensagens pelo celular do morto, se passando por ele. Para o delegado Marcos Buss, atitudes evidenciam extrema "frieza". "Ela teria permanecido no interior do apartamento da vítima com o cadáver por cerca de três a quatro dias. Lá, ela teria dormido ao lado do cadáver, se alimentado, descido para a academia, se exercitado", disse.

"Brigadeirão envenenado". Cigana também contou em depoimento que a namorada da vítima o teria matado com um doce envenenado. Ainda segundo Suyaney, Julia seria garota de programa e tinha uma dívida de R$ 600 mil com ela.

Cigana confessou ter ajudado a dar fim aos pertences da vítima. Contra ela, foi cumprido um mandado de prisão temporária por homicídio qualificado. Segundo o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, ela passará por uma audiência de custódia às 13h de hoje.

Carro da vítima vendido por R$ 75 mil. Os policiais descobriram que o veículo foi levado para Cabo Frio, na Região dos Lagos, após supostamente ter sido vendido.

Homem que comprou bens do empresário foi preso em flagrante por receptação. Ele chegou a apresentar um documento escrito à mão, que disse ter sido assinado pela vítima, transferindo o bem. Com ele também foram encontrados o telefone celular e o computador de Luiz Marcelo.

Conta conjunta

Dois dias após o corpo ter sido encontrado, Júlia Andrade Cathermol Pimenta prestou depoimento. Na ocasião, ela disse que foi embora no dia 20 de maio após uma briga com o namorado, disse que o homem estava bem e que teria feito café da manhã para ela.

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Ela contou que o empresário teria aberto uma conta conjunta nos nomes dos dois. Imagens analisadas pelos agentes mostraram a mulher indo ao condomínio buscar o cartão dessa conta, entregue por correspondência, quando o namorado já estava morto.

Júlia é considerada foragida da Justiça. Agentes da 25ª DP realizam diligências a fim de localizá-la e capturá-la. Contra ela, também há mandado pendente por homicídio qualificado.

O UOL tenta localizar as defesas de Suyaney e de Júlia. O espaço segue em aberto para manifestação

Câmeras de segurança ajudam na investigação

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Luiz Marcelo Antônio Ormond foi encontrado morto no dia 20 de maio. Vizinhos sentiram um cheiro forte vindo do apartamento e acionaram a polícia. Ele havia sido visto pela última vez no dia 17 de maio.

Câmeras de segurança registraram Luiz e Júlia juntos na piscina e no elevador. As imagens mostram Luiz segurando um prato e Júlia uma cerveja, e em determinado momento eles se beijam.

No dia 19 de maio, as câmeras capturaram a suspeita colocando objetos no carro da vítima. Ela foi gravada deixando o prédio dirigindo o carro. No mesmo dia, ela retornou ao condomínio sem o veículo, que teria sido vendido.

Mais tarde, ela foi vista indo à academia do prédio. Na segunda-feira (20), às 13h, as câmeras registraram ela saindo do prédio com duas malas.

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