Filho de idoso morto com 'voadora' sobre neto que viu crime: 'Desesperado'
![César Fine Torresi morreu após ser atingido com uma 'voadora' na região do peito em Santos, no litoral de São Paulo César Fine Torresi morreu após ser atingido com uma 'voadora' na região do peito em Santos, no litoral de São Paulo](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/26/2024/06/13/cesar-fine-torresi-morreu-apos-ser-atingido-com-uma-voadora-na-regiao-do-peito-em-santos-no-litoral-de-sao-paulo-1718317672043_v2_900x506.png)
O filho do homem de 77 anos que morreu com uma "voadora" em Santos, no litoral do estado, disse que o neto ligou desesperado para ele após ver o avô caído no chão depois de presenciar a agressão.
O que aconteceu
"Uma criança de 11 anos que visualizou tudo ali. O avô caído no chão, ele me ligou desesperado." Este foi o relato de Bruno César Torresi, filho da vítima, César Fine Torresi, e pai do menino que presenciou toda a situação, ao Fantástico (TV Globo).
A criança, chorando, tentou explicar o que aconteceu às pessoas que o questionaram no local, disse testemunha. "Deu uma dó, cara", afirmou o homem, sob condição de anonimato, sobre a cena.
Entregador de aplicativo viu o suspeito, o empresário Tiago Gomes de Souza, tentando fugir do local do crime. O trabalhador questionou onde o homem estava indo e foi atrás dele com o apoio de uma pessoa em situação de rua, que segurava um cabo de vassoura. Essa ação evitou a fuga, segundo o homem que presenciou o caso. Tiago foi preso em flagrante dentro de um supermercado próximo ao local do crime.
Mimava o meu filho. O que a gente não pode comprar, que era caro, ele ia lá e comprava para o menino. Para 'estragar' o neto porque é assim que vô faz. E o menino está sem vô agora também. Difícil. (...) Não tem mais meu pai. A humanidade está muito assim: desumana.
Bruno César Torresi, filho do idoso
Após avaliação no corpo do idoso, médico legista deixou o IML (Instituto Médico Legal) e compareceu na audiência de custódia do empresário. Segundo o 'Fantástico', o profissional da saúde apontou ao juiz que analisava o caso as gravidades das lesões no corpo de César. Então, o judiciário optou pela conversão da prisão em flagrante do empresário para preventiva (por tempo indeterminado).
Pancada atingiu o coração da vítima, disse a delegada Liliane Lopes Doretto, responsável pela investigação do caso. Os peritos do IML indicaram que César bateu com a cabeça no chão e morreu por traumatismo cranioencefálico após sofrer três paradas cardíacas.
Idoso estava em Santos para visitar o filho e os netos que moram no local. Ele deixou três filhos e seis netos.
Preso tem passagens pela polícia
![O empresário Tiago Gomes de Souza durante a reconstituição do crime O empresário Tiago Gomes de Souza durante a reconstituição do crime](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/f6/2024/06/16/o-empresario-tiago-gomes-de-souza-esta-preso-por-suspeita-de-matar-um-idoso-com-uma-voadora-em-santos-no-litoral-de-sao-paulo-1718587495221_v2_750x1.png)
Segundo o Fantástico, Tiago tem passagens pela polícia pelos seguintes crimes:
- Indiciamento por estelionato, em 2004, quando ele tinha 19 anos;
- Embriaguez no trânsito e desacato aos agentes (2009);
- Lesão corporal e ameaça (2014) contra a esposa, que havia dado à luz dois meses antes;
- Briga (2015) em uma casa noturna;
- Injúria racial (2017) após ser denunciado por um operador de supermercado;
- Desacato novamente (2021).
Todos os processos acima foram arquivados, segundo o programa. Portanto, Tiago continua sendo réu primário.
Defesa tentará desqualificar o homicídio no crime
Advogado de Tiago defende que cliente seja acusado por "lesão corporal" após indiciamento por homicídio com dolo eventual. "Dolo eventual é aquele em que assume o risco de produzir o resultado em face de uma conduta de ação. Quem dá um chute em um senhor pratica lesão corporal e ele não tinha a intenção do resultado [a morte]. Ele não saiu para matar ninguém. Os fatos aconteceram em virtude desse tapa que a vítima deu no capô do veículo", declarou Eugênio Malavasi à emissora.
Esse "tapa" ao qual o defensor se refere seria, na verdade, o momento em que César se assusta com o avanço do carro do suspeito sobre ele e o neto e bate a mão no automóvel de Tiago. O dolo eventual é quando o agente não quer o resultado (neste caso, a morte), mas assume o risco de fazê-lo por conta dos fatos e das circunstâncias que permearam os acontecimentos.
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Quero receberRelembre o caso
Idoso de 77 anos morreu após levar uma "voadora" no peito quando tentava atravessar a rua em Santos (SP). César Fine Torresi cruzava a rua de mão dada com o neto, de 11 anos, quando um carro dirigido por Tiago Gomes de Souza, um Jeep Commander, quase o atropelou, segundo testemunhas.
Após o idoso bater com a mão no capô do carro, houve um desentendimento. Então, o motorista de 39 anos desceu do veículo e o golpeou com os pés na região do peito. O caso foi registrado na rua Pirajá da Silva na tarde do dia 8 de junho.
O idoso bateu a cabeça ao cair no chão, segundo a Polícia Militar. Um médico que passava pelo local prestou os primeiros socorros e acionou o Samu. César foi socorrido à UPA Leste, segundo familiares.
Meu pai se assustou com o carro do agressor, um Jeep Commander, que quase o atropelou. Ele bateu com a mão no capô e o agressor desceu e golpeou meu pai com uma voadora.
Cesar Fine Torresi Filho, ao UOL
Reconstituição do crime ocorreu na quinta-feira (13). Na simulação, Tiago se ajoelhou diante dos policiais e teria chorado. A delegada afirmou que a reconstituição foi solicitada porque a polícia não tinha imagens do momento em que o idoso foi agredido, além disso, uma testemunha e o suspeito do crime têm versões diferentes sobre o que ocorreu na ocasião.
No sábado (15), Tiago foi indiciado por homicídio qualificado com dolo eventual. Como mostrou o UOL, a delegada responsável pelo caso alterou a tipificação do crime, registrado inicialmente como "lesão corporal seguida de morte". Inquérito policial acrescentou duas qualificadoras ao crime: por motivo fútil e a segunda é pelo emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
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