Conteúdo publicado há 26 dias

Área isolada, flores e rotina vigiada: o que vimos no local onde avião caiu

A área onde caiu o avião da Voepass na última sexta-feira (9), no Residencial Recanto Florido, em Vinhedo (SP), permanece isolada após o maior acidente aéreo do país nos últimos 17 anos.

Na portaria do condomínio, havia flores colocadas no chão, em homenagem às 62 vítimas. Em meio a elas, uma boneca com uma flor, em alusão às crianças mortas na tragédia.

O local da queda fica a apenas 50 metros dali, preservado por uma fita de isolamento. Foi possível ver um agente caminhando com duas malas nas mãos, possivelmente retirando ainda pertences que ficaram no local. Mas a circulação de viaturas já era bem menor em relação aos primeiros dias após o acidente.

Flores foram colocadas na portaria de condomínio em Vinhedo em homenagem às 62 vítimas da queda de avião da Voepass
Flores foram colocadas na portaria de condomínio em Vinhedo em homenagem às 62 vítimas da queda de avião da Voepass Imagem: Herculano Barreto Filho/UOL

"Estão retirando pertences para entregar aos parentes", disse uma das moradoras do condomínio. "Não dá nem para chegar perto. Agora, tem uma máquina retirando peças do avião", contou outro.

Dentro do Residencial Recanto Florido, havia dois seguranças à paisana questionando quem era ou não morador e impedindo a circulação das pessoas em áreas mais próximas ao local do acidente.

Um documento divulgado pelo condomínio pede para que os moradores "evitem trazer repórteres ou qualquer tipo de cobertura midiática para o condomínio, pois isso pode gerar problemas legais aos moradores que trouxerem repórteres ou divulgarem quaisquer informações". Por esse motivo, este texto não identifica as pessoas que falaram com a reportagem.

Em meio a mais de 50 imóveis no residencial, os relatos são de gente que testemunhou a queda do avião.

O avião passou por cima das árvores de lado, com barulho muito forte de motor estourando. Nesse momento, ele começou a girar, caiu e explodiu.
Morador do condomínio

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Momentos após a queda do avião

Viatura da Polícia Civil, que investiga queda de avião da Voepass, deixa o condomínio após acompanhar trabalho de peritos
Viatura da Polícia Civil, que investiga queda de avião da Voepass, deixa o condomínio após acompanhar trabalho de peritos Imagem: Herculano Barreto Filho/UOL

Depois da queda do avião, os moradores que estavam no condomínio correram ao local da tragédia para tentar ajudar. Mas se afastaram logo em seguida, após a chegada de bombeiros.

"Depois da queda do avião, deu outra explosão. Mas acho que foram os carros do outro morador. Quando a adrenalina baixou, comecei a chorar ao pensar no meu filho e na minha esposa. Foi uma cena terrível que eu não queria ter visto", disse Alfredo Lopes Júnior.

Ninguém entra, ninguém sai

Moradores de condomínio em Vinhedo tentam retomar a rotina após queda de avião
Moradores de condomínio em Vinhedo tentam retomar a rotina após queda de avião Imagem: Herculano Barreto Filho/UOL
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No dia da tragédia, os moradores que estavam no local foram orientados a permanecer nas suas casas. Quem não estava lá, dormiu na casa de parentes.

"Nós fomos impedidos de sair. E quem estava fora, foi impedido de entrar. A minha esposa precisou dormir na casa do pai dela", disse uma testemunha do acidente.

E, seis dias após a tragédia, a rotina ainda é de buscas por respostas das autoridades no local da queda do avião.

Relembre o caso

Avião decolou às 11h50 e pousaria às 13h45 de sexta-feira (9), segundo o FlightAware. O modelo ATR 72 pertencia à Voepass Linhas Aéreas e tinha 58 passageiros e 4 tripulantes a bordo. Todos morreram.

Aeronave despencou quase 4.000 metros em dois minutos. O registro de voo do Flight Radar mostra que o avião estava a 17 mil pés de altitude às 13h20 e a 4 mil pés às 13h22, quando o sinal de GPS foi perdido pela plataforma. A aeronave caiu pouco mais de 20 minutos antes de pousar.

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