Suspeito é preso por latrocínio de taxista abandonado em porta-malas no ES
Um homem de 22 anos foi preso em Chalé (MG) suspeito de envolvimento no caso do taxista que foi roubado e abandonado no porta-malas do próprio veículo. O crime aconteceu em março no município de Serra (ES).
O que aconteceu
Heric da Silva Fidelis de Miranda, de 22 anos, era o último envolvido no latrocínio que ainda estava foragido. Ele foi encontrado na cidade de Chalé (MG) - a cerca de 220 km de distância do local do crime - na última quarta-feira (9). A Polícia Civil do ES soube que o suspeito estava na cidade e realizou a prisão com apoio da Polícia Militar de MG.
Outros dois suspeitos foram presos em julho. Após a divulgação das imagens dos suspeitos, testemunhas reconheceram que uma dupla de mãe e filho estariam envolvidos no crime. Em 19 de julho, a Polícia Civil prendeu a mulher em uma praça de Cariacica (ES). Onze dias depois, os agentes encontraram o rapaz, que tentou fugir por uma área de mata, mas foi detido. Ambos confessaram o crime, foram indiciados por latrocínio e já são réus pelo crime.
Polícia apurou que a mulher conheceu o taxista meses antes e, durante uma corrida, percebeu que ele sempre carregava dinheiro em espécie. Na manhã do crime, o grupo saiu do bairro Nova Brasília armado e abordou a vítima no ponto de táxi para pedir uma corrida. Durante o trajeto, Heric anunciou o roubo, e juntos, os suspeitos roubaram cerca de R$ 500 do motorista, segundo o chefe do DHPP (Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa) da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori.
Objetivo inicial do grupo era apenas o roubo. No entanto, ao trancar a vítima no porta-malas e furar os pneus do veículo antes de fugir, o grupo assumiu o risco de causar a morte do taxista, segundo o delegado.
O UOL não conseguiu localizar a defesa de Heric da Silva e dos demais suspeitos, que não tiveram os nomes divulgados. O espaço segue aberto para manifestação.
Relembre o caso
O taxista José Erculano Marques, de 75 anos, foi encontrado morto no porta-malas do próprio carro na cidade de Serra (ES). O caso aconteceu em março, mas as informações sobre o crime só foram divulgadas pela Polícia Civil em julho.
Na manhã do dia 9 de março, os três suspeitos, ao chegarem no ponto de táxi, seguiram diretamente para o carro de José, apesar de ser o quarto na fila de veículos. O idoso não tinha o hábito de usar cartão e seus clientes pagavam as corridas com dinheiro em espécie, o que chamou a atenção dos assaltantes.
Vítima foi assaltada e trancada no porta-malas. Dois homens e uma mulher solicitaram uma corrida e, durante o trajeto, roubaram o dinheiro que o idoso carregava. Após o assalto, dirigiram até as proximidades de uma ferrovia, onde deixaram o veículo antes de fugir. O carro foi abandonado às 11h do dia 9 de março e só foi encontrado 22 horas depois, às 9h do dia seguinte.
A temperatura dentro do porta-malas chegou a 50°C por, pelo menos, seis horas. José sofreu um infarto agudo, provocado pelas condições a que foi exposto, e morreu. Para a polícia, a vítima sofreu tortura e foi morta de maneira cruel.
Taxista tentou escapar. A polícia constatou que "o forro interno [do porta-malas] tinha vários amassamentos, o tecido foi retirado, [havia] lesões na mão direita da vítima e uma barra de ferro ao lado do corpo". Essas evidências provam que o homem lutou até o final para tentar sair do carro, segundo o perito do caso.
Câmeras de segurança gravaram trio caminhando antes da corrida e abandonando o táxi. O registro mostra os três conversando em uma calçada seis minutos antes de encontrar José no ponto de táxi. Outra câmera de segurança mostra o momento em que os homens abandonam o veículo próximo à linha férrea.
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