Datena não vai a programa de rádio, mas desiste de candidatura neste ano
O jornalista José Luiz Datena (MDB) deve anunciar na tarde de hoje que não será candidato na eleição municipal deste ano. Ele era cotado para ser vice na chapa do prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), que é pré-candidato à reeleição. Segundo o UOL apurou, o projeto do MDB e do jornalista é a disputa por uma vaga ao Senado em 2022.
O suspense em torno do nome do jornalista aumentou hoje porque ele não apresentou o programa "Manhã Bandeirantes", na rádio Bandeirantes, nesta manhã. A partir de hoje, quem deseja disputar a eleição não pode apresentar programas de rádio e televisão.
Datena, porém, deverá apresentar o programa "Brasil Urgente", da Band, às 16h de hoje, o que o tirará em definitivo da eleição. No programa, ele deverá falar que não vai estar na disputa na eleição municipal deste ano. O UOL apurou a informação com uma fonte do MDB envolvida na negociação sobre uma candidatura de Datena.
Outra fonte no partido disse que o plano principal do MDB já visava a candidatura de Datena ao Senado. O jornalista ainda não se manifestou oficialmente.
No MDB, Datena é visto como uma figura mais talhada para o Senado do que para ser vice-prefeito. O próprio jornalista também já manifestou recentemente que seu desejo seria o Senado.
Ao encerrar o "Brasil Urgente" de ontem, o jornalista se despediu com um "até amanhã". Procurada, a emissora não se manifestou até o momento. Fontes, porém, dizem que a direção do Grupo Bandeirantes não gostaria de ficar três meses sem os serviços do apresentador neste momento.
Alívio no PSDB
Entre os tucanos, a possibilidade de Datena ser vice era vista de maneira positiva e negativa.
Com o jornalista e sua popularidade, o PSDB acreditava que a chapa de Covas teria possibilidade de vencer o pleito já no primeiro turno, como aconteceu com Doria em 2016. O ex-prefeito foi o primeiro candidato a ter mais de 50% dos votos em um primeiro turno em uma eleição paulistana desde a redemocratização.
Mas, para o governo, Datena também era visto como um potencial "vice explosivo", que poderia renunciar ao cargo a qualquer momento. O próprio jornalista chegou a apontar essa possibilidade em entrevista à apresentadora Cátia Fonseca na rádio Bandeirantes em 1º de agosto.
"Se eu entrar na política e ver que eu não tenho condição nenhuma de realizar qualquer coisa, eu dou uma bica nos caras e saio da política", disse Datena na ocasião. "Só que eu saio atirando: 'ó, aquele cara não me deixou trabalhar', 'aquele lá é ladrão', 'aquele outro não vale nada'".
Quem será o vice de Covas?
Mesmo sem Datena, o MDB pretende continuar pleiteando a vaga. Mas, segundo fontes do PSDB, agora os partidos aliados podem indicar seus nomes. Os tucanos, porém, não descartam uma "chapa pura", com dois filiados do PSDB, assim como aconteceu em 2016 com Covas e o atual governador paulista, João Doria (PSDB).
Ontem, a secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, Patrícia Ellen, negou que pretende ser vice na chapa de Covas.
Antes de decidir quem ocupará a posição de vice, o PSDB quer focar em fechar seu arco de alianças, que hoje já conta com oito partidos. Além do MDB, vão se coligar com os tucanos o Progressistas, o Podemos, o PSC, o Partido Liberal, o Cidadania, o Democratas e o PROS.
Outros três partidos com conversas com o PSDB são Avante, PSD e Solidariedade. Estes dois últimos, porém, devem ter, respectivamente, Andrea Matarazzo (PSD) e Marta Suplicy (Solidariedade) como adversários de Covas. E o Avante está mais perto de uma aliança com a candidatura de Márcio França (PSB).
Novo recuo de Datena
Esta não é a primeira vez que Datena muda de ideia sobre entrar na política. Nesta eleição mesmo ele já havia deixado de lado a disputa em uma primeira oportunidade.
Antes da mudança do calendário eleitoral em razão da pandemia do novo coronavírus, a data para quem pensa em ser candidato deixar a televisão e o rádio era 30 de junho. Ele apresentou seus programas nessa data.
Nas últimas duas eleições, Datena também desistiu de disputar uma cadeira no Senado e a própria Prefeitura de São Paulo.
Em 2018, ele chegou a deixar seus programas para ser pré-candidato do Democratas ao Senado, mas voltou ao rádio e à televisão dias depois.
Em 2016, Datena cogitou a possibilidade de ser prefeito pelo Progressistas, mas recuou em janeiro daquele ano usando como justifica denúncias contra o partido na Operação Lava Jato. Políticos do MDB e do Democratas também são alvo da operação.
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