"Ronnie Lessa vai te pegar": candidata do PSOL recebe ameaças no RJ
A candidata a vereadora pelo PSOL em Niterói Benny Briolly registrou ontem um boletim de ocorrência na Polícia Civil pelos crimes de ameaça e LGBTfobia. Ela diz que vem recebendo mensagens de ameaça de morte e com conteúdo de ódio através das redes sociais.
Uma das mensagens, segundo Briolly, faz referência a Ronnie Lessa, acusado de participar do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) em março de 2018, no Rio.
Ronnie Lessa vai te pegar. Metralhadora nela
ameaça recebida por Benny Briolly
De acordo com Briolly, sua página já foi alvo de mais de cem mensagens. As cinco mais graves ocorreram entre terça e quarta-feira desta semana e já foram entregues à delegacia de Niterói, na região metropolitana do Rio.
"Além das ameaças, recebo muitas mensagens de ódio, como: 'pode se encher de hormônio, mas nunca vai ser mulher'", relatou ela ao UOL.
"O PSOL contratou uma equipe de advogados especializada em crime de internet e estamos articulando medidas de segurança. Entendemos que há limitação no que diz respeito a isso, vamos iniciar uma campanha para doação."
No Facebook, Briolly postou uma foto com o registro de ocorrência em mãos.
Niterói precisa enfrentar o fascismo! Não vão nos intimidar, registramos ocorrência de ameaça na 76ª DP. A violência...
Publicado por Benny Briolly em Quarta-feira, 21 de outubro de 2020
"Niterói precisa enfrentar o fascismo! Não vão nos intimidar, registramos ocorrência de ameaça na 76ª DP. A violência política no Brasil se aprofunda cada vez mais. O Brasil é um país perigoso para aqueles que lutam. É o país que mais mata defensores dos direitos humanos no mundo, o que mais mata travestis e transexuais, o quinto em feminicídios e onde morre um jovem negro a cada 23 minutos", postou em sua página na internet.
Ser uma mulher preta, travesti, que luta pelos direitos humanos é correr riscos o tempo todo
Benny Briolly
Ofensas e ameaças na rua
Briolly afirmou que na semana passada foi vítima de ofensas durante campanha nas ruas de Niterói.
"Semana passada, fui xingada nas ruas por um grupo de homens, todos apoiadores do [presidente] Jair Bolsonaro. Chegaram a nos intimidar nas banquinhas, nos chamando de 'puta', 'piranha', dizendo que deveríamos morrer. Vale dizer que, além de mim, estavam apenas jovens, em sua maioria mulheres, que fazem parte da nossa campanha", disse ela.
A candidata completou dizendo que após receber apoio da deputada federal Talíria Petrone (PSOL), de quem era assessora, os ataques se intensificaram nas redes.
"Após a repercussão de apoio de Talíria, recebi diversos ataques, incluindo ameaças de morte nas redes: 'tem que dar um pau nela'. Não podemos aceitar caladas uma política que quer eliminar nossos corpos. Sou uma mulher preta, travesti e tenho direito de estar na política e acessar o poder."
Denúncia na ONU
A deputada federal Talíria Petrone (PSOL) também é alvo frequente de ameaças. Em setembro, ela chegou a acionar a ONU (Organização das Nações Unidas). No documento enviado, ela pede que as relatoras de direitos humanos da entidade cobrem explicações do governo brasileiro.
Em agosto, a Câmara dos Deputados enviou escolta da polícia legislativa para a deputada. Essa foi a segunda vez que a parlamentar recebeu este tipo de segurança. A primeira ocorreu em abril de 2019, Ela também sofreu ameaças antes do assassinato da vereadora Marielle Franco.
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