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TV: Cabo eleitoral foi morta após denúncia contra ex-secretária de Magé

Do UOL, em São Paulo

30/10/2020 21h49

As denúncias que levaram à morte da cabo eleitoral Renata Castro, de 40 anos, na manhã de hoje em Magé (RJ), têm como protagonista Carine Tavares, ex-titular da Secretaria Municipal de Saúde do município. A informação foi divulgada na noite de hoje pela Rede Globo.

Segundo a denúncia feita ontem por Renata na delegacia da Polícia Federal em Niterói, à qual a emissora teve acesso, Carine seguia dando ordens no Centro de Tratamento para a Covid-19, apesar de ter sido presa no final de setembro. A cabo eleitoral chegou a divulgar nas redes sociais que havia feito uma denúncia contra a Prefeitura de Magé, mas sem divulgar o conteúdo.

O Boletim de Ocorrência referente à morte de Renata aponta, com base em informações preliminares, que o assassinato teria motivação política.

Uma investigação apontou a ex-secretária como integrante de uma quadrilha responsável pelo desvio de mais de R$ 9 milhões do orçamento do município, graças ao direcionamento na contratação de um laboratório para trabalhar no combate à pandemia do novo coronavírus.

De acordo com a emissora, a denúncia de Renata afirmava que Carine demandava um maior uso de materiais e equipamentos, para aumentar gastos da prefeitura com fornecedores. O laboratório contratado cobrava por mais exames do que seriam de fato realizados.

Gravações de um funcionário anônimo do Centro de Tratamento para a Covid-19, apresentadas pelo canal, apontam que a secretária "obrigou" o faturamento do local a aumentar, de R$ 200 mil para valores de pelo menos R$ 600 mil. Para isso, até mesmo pacientes sem diagnóstico de covid-19 estariam sendo levados para o local.

Carine já deixou a cadeia, mas perdeu o cargo na Secretaria Municipal de Saúde. A Prefeitura de Magé, segundo a emissora, não se manifestou sobre a denúncia de Renata Castro.