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Candidatos gastam R$ 18 milhões com redes sociais em SP; conheça os 10 mais

 Arthur do Val, o Mamãe Falei, foi o candidato que mais gastou com impulsionamentos em São Paulo - Carine Wallauer/UOL
Arthur do Val, o Mamãe Falei, foi o candidato que mais gastou com impulsionamentos em São Paulo Imagem: Carine Wallauer/UOL

Wanderley Preite Sobrinho

Do UOL, em São Paulo

26/11/2020 04h00

Promessa de vitrine para candidatos a cargos eletivos, o impulsionamento de publicações nas redes sociais ganhou força em 2020. O resultado eleitoral colhido pelos dez candidatos que mais gastaram no estado de São Paulo, porém, indica que, sem estratégia, dinheiro na internet não é suficiente para ser eleito.

As cifras com redes sociais no primeiro turno dispararam em comparação com o que foi gasto na campanha para governador de São Paulo em 2018. Naquele ano, as despesas com impulsionamento no primeiro turno somaram R$ 1,07 milhão, contra os R$ 18,2 milhões gastos neste ano, segundo dados do Movimento Transparência Partidária em parceria com a agência Volt Data Lab. Na eleição municipal de 2016, o impulsionamento era proibido.

"Como o cidadão médio tem certo distanciamento do debate político, o impulsionamento direciona melhor a mensagem", explica Marco Iten, especialista em marketing político e redes sociais. "Os mais bem posicionados nas redes tiveram um aproveitamento melhor do que quem mantém um relacionamento com o eleitor apenas na campanha."

Veja, a seguir, quem e como foram nas urnas os dez candidatos que mais gastaram com redes sociais no primeiro turno no estado de São Paulo.

1 - Mamãe Falei: R$ 295 mil

Candidato a prefeito da capital pelo Patriota, Arthur do Val é egresso das redes sociais. Ficou famoso em seu canal no YouTube sob o apelido de Mamãe Falei. Depois de se eleger deputado estadual, há dois anos, tentou vencer em sua estreia na disputa por um cargo no Executivo municipal investindo pesado em redes sociais.

O gasto de R$ 295 mil é apontado por Iten como um dos prováveis responsáveis pelo desempenho surpreendente de Do Val na eleição: terminou em quinto lugar, com 9,78% da preferência, à frente do petista Jilmar Tatto.

2 - Elói Pietá: R$ 279 mil

Elói Pietá e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Divulgação/Instagram Elói Pietá - Divulgação/Instagram Elói Pietá
Elói Pietá e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Imagem: Divulgação/Instagram Elói Pietá
Principal aposta do PT na Grande São Paulo, o partido não economizou com impulsionamentos para tentar reconduzir seu candidato à cadeira de prefeito de Guarulhos.

Chegou ao segundo turno da campanha com 32% dos votos, atrás do atual prefeito, o jovem Guti (PSD), de 37 anos, que teve 45% dos votos no primeiro tuno. Ele tenta a reeleição depois de gastar R$ 155 mil com impulsionamento, a 12ª maior despesa nessa área.

3 - Raquel Chini: R$ 240 mil

Raquel Chini (PSDB)  - Divulgação - Divulgação
Raquel Chini tenta se eleger com apoio do prefeito
Imagem: Divulgação
Apoiada pelo atual prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (PSDB), a correligionária Raquel Chini chegou ao segundo turno na cidade em primeiro lugar (39% dos votos), gastando R$ 240 mil.

O terceiro maior gasto com impulsionamentos no estado contrasta com as despesas do rival. Aposta do PSL na cidade, o empresário Danilo Morgado recebeu 35% dos votos depois de gastar apenas R$ 300 com redes sociais, onde ele publica a cada hora.

4 - Bruno Covas: R$ 230 mil

Candidato à reeleilção, Bruno Covas (PSDB) toma café da manhã na zona leste - Wanderley Preite Sobrinho/UOL - Wanderley Preite Sobrinho/UOL
Bruno Covas toma café em campanha na zona leste
Imagem: Wanderley Preite Sobrinho/UOL
Candidato à reeleição na capital, Bruno Covas (PSDB) gastou R$ 230 mil com o patrocínio de postagens no Facebook e no Instagram, contra metade disso pelo seu adversário no segundo turno, Guilherme Boulos (PSOL): R$ 110 mil (21º no ranking).

Para Iten, o fato de Covas usar pouco as redes sociais fora de campanha pode ter contribuído para a baixa adesão de novos seguidores na comparação com o adversário, mesmo com mais verba de impulsionamento. O perfil de seu eleitor também conta: enquanto o prefeito é favorito entre quem tem mais de 60 anos (73% dos votos válidos), Boulos é mais citado entre eleitores de 16 a 24 anos (65%), mais assíduos nas redes.

5 - Rodrigo Manga: R$ 223 mil

Rodrigo Manga gastou R$ 223 mil com impulsionamentos - Divulgação - Divulgação
Rodrigo Manga gastou R$ 223 mil com impulsionamentos
Imagem: Divulgação
Rodrigo Manga (Republicanos) chega ao segundo turno em Sorocaba como franco favorito: depois de gastar R$ 223 mil com impulsionamentos no primeiro turno, recebeu 39% dos votos contra 16% da atual prefeita, Jaqueline Coutinho (PSL).

Enquanto o adversário foi o quinto candidato paulista a mais gastar com Facebook e Instagram, Coutinho investiu apenas R$ 22,7 mil nessas redes (146ª colocada).

6 - Rafael Macris: R$ 215 mil

Rafael Macris ficou em terceiro lugar - Divulgação - Divulgação
Rafael Macris ficou em terceiro lugar
Imagem: Divulgação
Vereador mais votado em Americana em 2016, Rafael Macris (PSDB) foi o candidato a prefeito que mais gastou com impulsionamentos na cidade. O jovem de 30 anos desembolsou R$ 215 mil nas redes, o que lhe ajudou a ficar na terceira colocação, com 17% dos votos.

Quem venceu na cidade foi Chico Sardelli (PV), com 36%, à frente de Maria Giovana (PDT), com 26%. Não há segundo turno.

7 - Cris Monteiro: R$ 213,6 mil

Cris Monteiro (Novo) - Divulgação - Divulgação
Cris Monteiro trabalhou no mercado financeiro
Imagem: Divulgação
Candidata pelo Novo na capital, Cris Monteiro foi a vereadora eleita que mais gastou em todo o estado com redes sociais, à frente até de Milton Leite (DEM), o vereador com a campanha mais cara do Brasil, que também entrou na lista (veja mais abaixo).

Cris recebeu 18.085 votos, 0,35% do total. Ela ficou com a 51ª das 55 cadeiras em disputa na Câmara Municipal de São Paulo.

8 - Márcio França: R$ 200 mil

15.nov.2020 - Márcio França, candidato à prefeitura de São Paulo, durante votação - RONALDO SILVA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - RONALDO SILVA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Márcio França desbancou Russomanno e ficou em terceiro
Imagem: RONALDO SILVA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Em terceiro lugar na corrida pela Prefeitura de São Paulo, Márcio França (PSB) gastou R$ 200 mil em suas redes sociais.

Com 13% dos votos, ele terminou à frente de Celso Russomanno (Republicanos), que em seu discurso após deixar a disputa lamentou o fato de não ter tido recursos para impulsionamentos.

9 - Henrique Krigner: R$ 186 mil

Henrique Krigner gastou muito em rede sociais, mas não se elegeu - Divulgação - Divulgação
Henrique Krigner não se elegeu
Imagem: Divulgação
Outro candidato a vereador que não economizou com internet foi Henrique Krigner (PP).

Embora sua campanha na capital paulista tenha pago R$ 186 mil ao Facebook e Instagram, Krigner perdeu a disputa: recebeu só 16.670 votos.

10 - Milton Leite: R$ 162,8 mil

13.mai.2017 - O prefeito em exercício, Milton Leite (DEM), se veste com uniforme da equipe de limpeza da Prefeitura de SP e participa de ação do programa Cidade Linda no bairro de Parelheiros - Mastrangelo Reino/Folhapress - Mastrangelo Reino/Folhapress
Milton Leite, o vereador mais caro do Brasil
Imagem: Mastrangelo Reino/Folhapress
Dono da campanha mais cara para vereador em todo o Brasil, Milton Leite (DEM) também foi generoso com sua campanha na web. Os R$ 162 mil com internet ajudaram a emplacar a segunda maior votação para vereador na capital. Com 2,59% dos votos, ficou atrás apenas de Eduardo Suplicy (PT), que teve 3,28%.

Ex-presidente da Câmara e seis vezes vereador na capital, sua campanha recebeu mais dinheiro do que dez dos 14 candidatos a prefeito: R$ 2,4 milhões.

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