PSL, a 2ª sigla mais rica, fica sem nenhum prefeito nas 100 maiores cidades
Nas eleições 2020, o PSL recebeu a segunda maior fatia do Fundo Eleitoral, o fundo público que financia as eleições brasileiras. Foram R$ 199 milhões.
Mesmo assim, a sigla que elegeu o presidente Jair Bolsonaro em 2018 (hoje sem partido) não conseguiu colocar nenhum prefeito nas cem maiores cidades do país. A legenda lançou candidatos em metade desses municípios.
Mal votado no primeiro turno, o PSL chegou a esse domingo (29) com candidatos em duas das cem maiores cidades brasileiras, Sorocaba e Praia Grande, em São Paulo. Perdeu em ambas.
O PSL só recebeu menos dinheiro do Fundo Eleitoral que o PT —que teve R$ 201 milhões. O partido do ex-presidente Lula foi o que mais apresentou candidatos a prefeito no grupo dos cem maiores municípios, 79 no total. Só elegeu quatro: em Contagem e Juiz de Fora, em Minas Gerais, e em Mauá e Diadema, na região metropolitana de São Paulo. Pela primeira vez desde a fundação do partido, o PT não vai comandar nenhuma capital.
Essas quatro cidades também representam as únicas vitórias do PT no segundo turno, apesar de a sigla ter o maior número de candidatos neste domingo, 15 no total.
Em 2020, o Fundo Eleitoral disponibilizou R$ 2 bilhões para 33 partidos. A divisão é feita de acordo com o número de representantes que cada sigla tem na Câmara de Deputados e no Senado. Nas eleições 2018, PT e PSL conquistaram as maiores bancadas no Legislativo federal, ajudando a garantir financiamento público para seus candidatos neste ano. O dinheiro, no entanto, não bastou.
Muito dinheiro, pouco voto
A campanha em que o PSL mais aplicou o Fundo Eleitoral foi a de Joice Hasselmann, candidata à Prefeitura de São Paulo. Foram R$ 5,9 milhões do fundo público —a segunda campanha com mais dinheiro da cidade, só atrás do prefeito reeleito, Bruno Covas. Joice ficou na sétima colocação, com menos de 2% dos votos no primeiro turno.
Em 2018, Joice foi a segunda deputada federal mais votada do país, atrás apenas de Eduardo Bolsonaro, o único da família Bolsonaro ainda filiado ao PSL. A votação de ambos ajudou a conquistar mais cadeiras para o partido e, assim, uma maior fatia do Fundo Eleitoral em 2020.
Em sabatina do UOL e da Folha, em 28 de outubro, Joice dizia acreditar no fortalecimento do partido em 2020, algo que não ocorreu. "Eu não vou sair menor e meu partido muito menos vai sair menor. Essa é uma candidatura para disputar São Paulo, vencer São Paulo, e para reposicionar o PSL como ele é, direita raiz de verdade e não capacho bolsonarista", afirmou.
Depois de Joice, a campanha em que o PSL mais colocou dinheiro do Fundo Eleitoral foi a de Fernando Francischini, candidato a prefeito de Curitiba. Ele ficou em terceiro lugar, com 6% dos votos. Francischini foi eleito deputado estadual pelo PSL em 2018.
Em seguida, está a campanha de Carlos, candidato a prefeito do Recife, com R$ 4,3 milhões do Fundo Eleitoral e menos de 2% dos votos no primeiro turno.
Investimento petista
Os maiores investimentos do Fundo Eleitoral petista foram no Recife e em Vitória, as duas únicas capitais em que o partido disputou no segundo turno. Foi uma tentativa de reverter o fracasso eleitoral do PT no primeiro turno, sem nenhuma vitória em capitais. Mas não deu certo.
Marília Arraes, candidata do PT no Recife, recebeu R$ 6 milhões do Fundo Eleitoral. Acabou derrotada pelo primo João Campos, também do campo de esquerda, pelo PSB.
Em Vitória, o PT investiu R$ 5,2 milhões na campanha de João Coser. O petista perdeu para Delegado Pazolini (Republicanos).
Em terceiro, está Jilmar Tatto, candidato a prefeito de São Paulo, que obteve R$ 4,9 milhões. Tatto amargou a pior votação da história do PT na cidade, com menos de 9% dos votos no primeiro turno.
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