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RS: Cartaz que associava esquerda ao PCC é removido após decisão judicial

Justiça Eleitoral determinou a retirada do cartaz  - Twitter/Reprodução
Justiça Eleitoral determinou a retirada do cartaz Imagem: Twitter/Reprodução

Colaboração para o UOL, em São Paulo

17/08/2022 12h20Atualizada em 17/08/2022 16h30

Um cartaz que associava a esquerda ao crime organizado e convocava a população para atos em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no dia 7 de setembro foi removido hoje de um prédio de Porto Alegre. A retirada atende a uma decisão do juiz eleitoral Márcio André Keppler Fraga, do TRE-RS (Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul).

O cartaz exibia uma bandeira do Brasil ao lado do símbolo do comunismo, relacionando aborto, bandidos soltos, povo desarmado, censura, MST, impostos e favorecimento do PCC e narcotráfico à esquerda. Já o outro lado da publicidade trazia a bandeira do Brasil e fazia uma relação direta a bandidos presos, povo armado, valores cristãos, liberdade e menos impostos aos valores da direita. O prazo dado pelo TRE-RS para a empresa Life Mídias Urbanas LTDA fazer a retirada do cartaz era de 24 horas.

O vereador Matheus Gomes (PSOL-RS) publicou hoje no Twitter a nota fiscal do cartaz, com valor de R$ 18 mil. "Fui procurar nas redes sociais e descobri que o Instagram emite um aviso para quem quiser seguir seu perfil, notificando que é um perfil que constantemente divulga mentiras e fere as diretrizes da comunidade", disse.

A medida do TRE-RS acabou sendo tomada depois que a ex-deputada Manuela D'Ávila (PCdoB-RS) criticar a instalação, por meio de suas redes sociais. "Todas as mentiras das redes ganham as ruas em Porto Alegre. Isso é criminoso. Quem pagou?", questionou ela numa publicação em sua conta no Instagram.

Após a manifestação de Manuela, que inclusive marcou os perfis do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS) e do Ministério Público do Rio Grande do Sul, o MP encaminhou um pedido de averiguação para a 113ª Zona Eleitoral da cidade.

Ao UOL, o Ministério Público informou que expediu mandado de averiguação para que a empresa responsável pelos banners fornecesse cópia dos contratos, os nomes das pessoas que contrataram e as notas fiscais dos pagamentos dos serviços. O mandado foi cumprido na manhã desta segunda-feira (15). "O MPRS recebeu as respostas aos questionamentos e os encaminhou à Justiça Eleitoral com pedido para a retirada dos materiais", afirmou em nota.

Gomes também comemorou a remoção do material em suas redes sociais. "Vitória antifascista! Os banners mentirosos e pró-Bolsonaro foram retirados das ruas de POA. Parabéns a quem repudiou nas redes sociais, aos moradores dos prédios, mandatos e partidos que denunciaram na justiça", disse.

A reportagem do UOL entrou em contato com a Life Mídias Urbanas LTDA para esclarecer quando foi feita a retirada e também se a empresa concorda com o teor do cartaz. A reportagem fez contato com o CEO da empresa, Leonardo Zigon. Até o momento, o UOL não obteve retorno das tentativas de contato via WhatsApp e o espaço permanece aberto para manifestações.