Bolsonaro e Lula ignoram Datafolha e focam em eventos de campanha
Briga no gradil do Alvorada, motociata em São José dos Campos (SP) e live nas redes sociais marcaram o terceiro dia oficial de campanha do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). Seu principal oponente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), concentrou os esforços em um grande ato em Belo Horizonte (MG) na noite de hoje (18).
Os dois são os candidatos mais bem colocados na pesquisa Datafolha publicada hoje. Lula lidera com 47% das intenções de voto, contra 32% de Bolsonaro — a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A diferença entre os dois, de 15 pontos, vem caindo ao longo dos meses; em maio, a distância era de 21 pontos, e em julho, de 18 pontos.
Datafolha ignorado. O levantamento não foi citado por nenhum dos dois candidatos nesta noite. Bolsonaro entrou ao vivo em uma live minutos após a divulgação da pesquisa. O comício de Lula em BH, marcado para iniciar 18h, atrasou mais de uma hora e também teve seu início só depois dos resultados publicados. Apenas ao fim do ato, o jornalista Chico Pinheiro, que apresentava o comício, mencionou a liderança de Lula.
Tchutchuca. O costume de Bolsonaro de conversar com apoiadores no gradil do Palácio do Alvorada, no Distrito Federal, virou confusão nesta manhã.
O presidente foi chamado de "tchutchuca do Centrão" pelo youtuber Wilker Leão, que também xingou Bolsonaro de "vagabundo", "safado" e "covarde". Os dois bateram boca e Bolsonaro chegou a puxar o homem pela camisa e tentar arrancar o celular de sua mão.
Motociata. Em campanha à reeleição, Bolsonaro foi até o parque tecnológico de São José dos Campos, no interior de São Paulo. A agenda, junto do ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato ao governo de São Paulo, incluiu uma motociata —como ficaram conhecidas as carreatas de moto feitas por ele.
A jornalistas, o presidente questionou a matéria que narra que um grupo de empresários teria dito preferir um golpe militar em caso de vitória de Lula em outubro — "Chega de fake news", disse o chefe do Executivo.
Live de quinta. Após retornar a Brasília, Bolsonaro participou da tradicional live de quinta-feira em suas redes sociais. Na transmissão, ignorou não só o resultado do Datafolha como também a confusão com o youtuber pela manhã no Alvorada.
O presidente reafirmou que as manifestações de 7 de setembro, para o qual ele tem chamado seus apoiadores, não configuram golpe, e negou que empresários bolsonaristas que o apoiam planejam desrespeitar o resultado das eleições caso Lula seja eleito em outubro.
Nova independência. A agenda de Lula foi focada em um ato na Praça da Estação, região central de BH, onde o ex-presidente evocou Tiradentes e a Inconfidência Mineira para dizer que, no estado, a preocupação deve ser com uma "nova independência".
O ex-presidente criticou o governo Bolsonaro, a quem chamou de "pessoa desequilibrada mentalmente" e disse não guardar mágoas do período em que ficou preso na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba (PR).
"Eu até já esqueci dos 580 dias que me trancaram na Polícia Federal para que eu não fosse eleito presidente em 2018."
Quantidade importa. Os atos dos candidatos, apenas dois dias após o início oficial das campanhas, na terça-feira (16), ocorreram nos dois maiores colégios eleitorais do país: São Paulo e Minas Gerais.
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