Lupi: Ciro teve o maior palanque da vida e deu largada em possível virada

Presidente do PDT, Carlos Lupi está satisfeito com o desempenho de Ciro Gomes (PDT) no Jornal Nacional. Lupi participou do UOL News nesta quarta-feira (24) e afirmou que a entrevista na Rede Globo vai marcar o crescimento das intenções de voto no candidato. Também descartou qualquer possibilidade de apoiar o presidente Jair Bolsonaro (PL) em um possível 2º turno.

Primeiro Lupi destacou que a entrevista foi o "maior palanque da vida" de Ciro, afinal ele teve 40 minutos para falar diante de cerca de 40 milhões de brasileiros. Na sequência ele destacou o desempenho do candidato.

"Acho que ele conseguiu mostrar o que pensa, o seu projeto, os principais tópicos. Claro que sou passional, porque torço por ele. Mas com toda sinceridade, acho que foi acima das expectativas a performance do Ciro. Ele se manteve em todo momento com foco, colocou o que pensa, colocou seus projetos e achei que bateu bola redondinha. Minha impressão é que ontem Ciro deu largada no que pode ser uma virada na eleição", palpitou Lupi.

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O presidente do PDT também afirmou que é possível mudar votos que parecem consolidados. "Todo esse processo é muito dinâmico. O público hoje definido, amanhã pode não estar. Na pesquisa, 30% dos eleitores do Bolsonaro e do Lula votam não por convicção, mas para evitar o outro. Esse eleitor não é seguro. É tocar o coração desse eleitor, é mostrar que tem outra opção".

'Não há nenhuma possibilidade de PDT apoiar Bolsonaro no 2º turno', diz Carlos Lupi

Carlos Lupi analisou um possível segundo turno entre Lula (PT) e Bolsonaro. Ele disse que não sabe como o eleitor de Ciro vai se comportar. Mas descartou qualquer chance do PDT apoiar a reeleição do presidente.

"O partido eu tenho certeza: com Bolsonaro jamais. Não há nenhuma possibilidade do PDT apoiar Bolsonaro. Zero possibilidade. Nenhuma. Mas como vou discutir esse assunto? Eu acho que quem vai estar no 2º turno somos nós. Acho que vai ser entre Lula e Ciro", disparou Lupi.

Josias: Ciro se saiu bem na entrevista e merecia melhor sorte

Josias de Souza, colunista do UOL, também participou do UOL News e analisou o desempenho de Ciro. Ele entende que o pedetista foi bem e merecia melhor sorte.

"Durante 40 minutos ele fez tudo pra ser notado pelo eleitor. Ele se saiu bem na entrevista. O problema é que, a essa altura, tudo parece não querer nada com Ciro Gomes. As pesquisas dizem isso, ele não consegue sair do lugar. Em uma campanha em que favoritos oferecem ideias rasas, um azarão que esgrime um livro, que ele editou pra expor sua plataforma, merecia melhor sorte", declarou Josias.

Maierovitch: Empresários formam associação delinquencial e podem ser presos

Wálter Maierovitch, jurista e colunista do UOL, também participou do UOL News para analisar a operação da Polícia Federal que investiga um grupo de empresários supostamente interessados em um golpe, no caso de uma derrota de Bolsonaro nas urnas. Maierovitch destacou que analisou o caso apenas diante das matérias publicadas na imprensa e, a princípio, entende que existe motivo para investigação.

"Está clara a formação de uma associação deliquencial. Não se trata de liberdade de expressão, se trata de crime, porque essa associação busca a destruir o Estado de Direito, a rasgar a Constituição, a impedir a posse do novo presidente caso não seja Bolsonaro. Isso está no campo de ideias ou entra em atos preparatórios? Como analisar? Pelos elementos reveladores. Esse grupo difundia fake news. E nesse grupo existiam projetos, tentativas, como dar abono e gratificação a funcionários que votassem em Bolsonaro", destacou o jurista.

Ele também afirmou que, em tese, esse grupo pode até ser preso. "Prisão cautelar sempre tem por base o princípio constitucional da necessidade. Uma associação deliquencial é algo permanente, que basta se associar para consumar crime, não precisa produzir resultados. E pelo jeito essa associação delinquencial está produzindo resultados, porque passou a difundir isso e tornar pública a atuação dessa associação deliquencial. Cabe prisão. Se é crime permanente formar associação deliquencial, caberia até prisão em flagrante. Não foi feita", analisou Maierovitch.

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