Bolsonaro se atrapalha com regulamento e tem 13 segundos para tréplica
O presidente Jair Bolsonaro (PL) se atrapalhou com o regulamento no debate presidencial na Band, hoje à noite, e ficou com apenas 13 segundos para dar sua tréplica ao ex-ministro Ciro Gomes (PDT), no primeiro bloco do evento.
Segundo as regras, os candidatos têm quatro minutos para administrar entre a réplica e a tréplica. Quando foi questionado por Ciro sobre a fome no Brasil, Bolsonaro gastou 3 minutos e 47 segundos na resposta ao pedetista. Com isso, ficou com 13 segundos para rebatê-lo quando voltou a ter a palavra.
A interação entre Ciro e Bolsonaro ocorreu logo depois da que havia ocorrido entre o atual presidente e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ciro criticou o chefe do Executivo por ter questionado na semana passada, em entrevista ao programa Pânico, que haja pessoas passando fome no país. Para Ciro, a postura de Bolsonaro foi "conivência".
Qualquer pessoa que não tenha trocado o coração por uma pedra sabe que a fome está no lar de muitos milhões de brasileiros, que a subnutrição ofende crianças na mais jovem das idades; as mães estão nos ouvindo aqui, e elas sabem o que é uma criança dizer "mãe, estou com fome". O senhor não teme que isso seja interpretado como conivência com isso?
Ciro Gomes (PDT), em pergunta a Jair Bolsonaro (PL) no debate presidencial na Band
Em resposta ao pedetista, Bolsonaro citou números da economia, afirmou que o número de famílias na extrema pobreza no Brasil caiu no governo dele e atribuiu as dificuldades econômicas às políticas de contenção da pandemia de covid-19, que ele chamou de "fica em casa que a economia a gente vê depois".
Ciro, então, replicou que mais de 33 milhões de pessoas estão passando fome no país e citou uma proposta de instituição de renda mínima, elaborada pelo ex-senador Eduardo Suplicy. Em seguida, a palavra voltou por apenas 13 segundos para Bolsonaro, que teve tempo apenas de repetir um dado que já havia citado.
"[Em] 2019, cinco milhões e cem mil famílias abaixo da linha da pobreza. Mesmo com pandemia, 2022, quatro milhões de famílias. Estamos melhorando sem demagogia e com responsabilidade fiscal", disse.
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