Bolsonaro defende empresários golpistas e ataca STF: 'Ativismo judicial'
O presidente Jair Bolsonaro (PL), na primeira pergunta que respondeu no primeiro debate para presidente das eleições de 2022, na Band, defendeu empresários bolsonaristas que foram alvo de operação do STF (Supremo Tribunal Federal) na última semana e atacou os ministros da Corte.
Bolsonaro respondeu à mesma pergunta que Simone Tebet (MDB) sobre quais seriam as medidas tomadas para aliviar o clima de tensão entre os Poderes, caso eles fossem eleitos.
Falando primeiro, Tebet criticou Bolsonaro e disse: "A resposta é: precisamos trocar o presidente da República".
"É muito simples, a harmonia dos Poderes depende de um presidente da República que saiba cumprir a Constituição e o seu papel. Nós hoje temos uma radicalização, uma desarmonia em função de termos um presidente que ameaça a democracia e os valores democráticos a todo momento", criticou, se referindo a falas recorrentes de Bolsonaro em que se opõe a decisões do Supremo.
Presidente fala em "ativismo judicial"
Bolsonaro, por sua vez, disse que um ministro do STF cometeu "barbaridades" ao autorizar a operação contra os empresários golpistas e acusou o Supremo de abalar a relação entre os Poderes.
"Eu não tenho problema com Poder nenhum. Alguns ministros do Supremo Tribunal Federal é que querem, a qualquer preço, interferir no Poder Executivo. Nós não podemos admitir isso daí. A harmonia tem que existir e a independência e o respeito acima de tudo. E o respeito não falta da minha parte. De outra parte que alguns se manifestam contrário à minha pessoa."
O presidente disse que "é uma voz corrente, a ingerência, o ativismo judicial que hoje se faz presente no Brasil".
Mas, ainda em sua resposta, Bolsonaro criticou novamente o ministro Alexandre de Moraes e defendeu os empresários que foram alvo de ação da Polícia Federal por defender um golpe caso Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja eleito no pleito de outubro de 2022. O caso foi revelado pelo site Metrópoles.
"Um ministro agora há pouco interferiu mandando investigar fazendo buscas e apreensões e entre outras barbaridades num grupo de empresários. Ou seja, esse não é o trabalho do Poder Judiciário. Reagi no tocante a isso", disse Bolsonaro.
Tanto o STF (Supremo Tribunal Federal) como o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), e parte de seus ministros, foram alvos de ataques de Bolsonaro. Segundo aliados do presidente, porém, ele tem sido aconselhado a rever a estratégia de confronto direto com o comando do Judiciário para tentar evitar prejuízos eleitorais.
O que foi a ação contra empresários
A ação da PF atendida pelo ministro Alexandre de Moraes teve como base apenas a reportagem do portal de notícias, como revelou o jornal Folha de S. Paulo.
A Polícia Federal realiza o cruzamento de mensagens compartilhadas entre empresários bolsonaristas com informações já obtidas em investigações em andamento no STF, como o inquérito das milícias digitais e a organização dos atos de 7 de sStembro do ano passado. Nesta semana, a vice-procuradora-geral Lindôra Araújo cobrou de Moraes o acesso aos autos da investigação contra os empresários.
O primeiro encontro de candidatos
O primeiro debate entre candidatos a presidente da República nas eleições 2022 acontece hoje, com transmissão do UOL, em parceria com Band, Folha de S.Paulo e TV Cultura. Para assistir ao vivo e de graça online, basta clicar no link acima ou no vídeo que está inserido logo abaixo.
Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PL), Luiz Felipe D'Avila (Novo), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil) foram os candidatos convocados para o debate que acontecerá nos estúdios da Band.
A ordem dos púlpitos, da esquerda para a direita, é: Jair Bolsonaro, Ciro Gomes, Felipe D'Avila, Soraya Thronicke, Lula e Tebet. O debate terá três blocos, nos quais os candidatos falarão de temas sorteados, responderão a perguntas de jornalistas e farão perguntas entre si.
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