Quaest: Debate é mais um instrumento de mobilização do que de persuasão
Em entrevista ao UOL News da noite de hoje (29), o diretor da Quaest Pesquisa, Felipe Nunes, repercutiu o primeiro debate entre presidenciáveis que aconteceu no domingo (28), promovido por UOL, Band, Folha de S. Paulo e TV Cultura.
Questionado se o desempenho dos candidatos no evento vai refletir nas próximas pesquisas eleitorais, Nunes afirmou que debates são mais instrumentos de mobilização do que de persuasão.
Segundo ele, isso acontece porque, mais do que impactar diretamente e convencer as pessoas de algo, o confronto é um momento importante para colocar frente a frente candidatos que têm tempos diferentes nas propagandas no rádio e na televisão e com grau de conhecimento diferentes, por exemplo.
"Isso faz com que o eleitor tenha a oportunidade de ver os deslizes e comportamentos mais assertivos de alguns nomes", explicou.
"E quando tem efeito nas pesquisas, tende a ser um efeito marginal, porque geralmente é um instrumento de mobilização da sua torcida", seguiu.
Nunes esclareceu ainda que o eleitor que assiste a um debate para presidente geralmente já gosta de um nome, e esse bom ou mau desempenho é o que acaba mobilizando mais ou menos o eleitor. "É menos um instrumento de persuasão e mais de mobilização."
Fake news mobilizam pessoas que já acreditam em algo que é falso, diz diretor da Quaest
Durante o UOL News, Nunes também falou sobre uma postagem, compartilhada entre perfis bolsonaristas, que descontextualiza um vídeo da apresentadora Fabíola Cidral, do UOL, para atacar a jornalista Vera Magalhães.
"Fake news é um mecanismo utilizado de mobilização e não de persuasão. Ou seja, força as pessoas a encontrar nas notícias reforços para os seus preconceitos e para suas visões destorcidas. Mais do que vê uma fake news e formar uma nova ideia sobre o assunto, as fake news contribuem para mobilizar as pessoas que já acreditam em algo que é falso."
'Machismo é puro suco do bolsonarismo', diz Sakamoto sobre ataques do presidente a mulheres
Sobre os ataques machistas e misóginos do presidente Jair Bolsonaro (PL) à jornalista Vera Magalhães e às adversárias durante o debate, o colunista Leonardo Sakamoto, do UOL, afirmou que a vida da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, complicou muito—ela tenta conquistar votos das mulheres, uma vez que o presidente é rejeitado pela maioria das eleitoras.
"No final das contas, uma ação como essa, de atacar a jornalista Vera Magalhães e a senadora Simone Tebet, pega muito mal. [?] Uma pessoa que está desesperada para conseguir voto de um grupo grande, Bolsonaro mandou muito mal. A solução para isso foi diminuir entrevistas e debates, assim, diminuir os riscos de falar bobagem".
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