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Ministro pede à PF inquérito sobre site que associa Bolsonaro a Hitler

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, fala à imprensa no Palácio do Planalto - Antonio Cruz/Agência Brasil
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, fala à imprensa no Palácio do Planalto Imagem: Antonio Cruz/Agência Brasil

Colaboração para o UOL

31/08/2022 16h28Atualizada em 31/08/2022 16h45

O ministro da Justiça, Anderson Torres, anunciou pelo Twitter hoje que pediu à PF (Polícia Federal) abertura de inquérito policial sobre o site "www.bolsonaro.com.br" que tem sido usado para divulgar notícias com críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL). O domínio associa o chefe do Executivo ao ditador alemão Adolf Hitler.

"Diante de tamanho ataque direto e grosseiro ao presidente Jair Bolsonaro, por meio de um site, requisitei ao Diretor-Geral da PF a instauração imediata de inquérito policial, para a devida apuração dos fatos", escreveu o ministro.

Matéria do jornal Folha de S.Paulo de 2020 revelou que o site bolsonaro.com.br era registrado por uma empresa do Distrito Federal e era usado para divulgações de ações do governo. De acordo com apuração do UOL em sites de checagem de domínios, houve uma atualização no registros das páginas no dia 11 de agosto de 2022.

Na página principal atual, a imagem de Bolsonaro é utilizada como caricatura do ditador alemão Adolf Hitler. Em seu braço há uma suástica nazista. E no título: "Ameaça ao Brasil".

"Bolsonaro nunca escondeu que é autoritário. Em suas três décadas como político, ele sempre apoiou a violência, a estupidez, e a quebra da ordem democrática", diz trecho de um dos textos publicados no site.

Na aba de contato, o internauta clica no símbolo do Twitter e é levado para um perfil com apenas quatro seguidores. Abaixo, outra mensagem informa: "Este site não é administrado e nem pertence à família Bolsonaro. Caso você tenha interesse em contribuir, entre em contato. Será ótimo contar com o seu apoio!".

Em 2002, site bolsonaro.com.br indicava apoio a Ciro

Há 20 anos, o site oficial do então candidato a deputado federal Jair Bolsonaro trazia algumas propostas de campanha, fazia propaganda de seu filho mais velho, Flávio Bolsonaro, para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, e apoiava Ciro Gomes para a disputa do Palácio do Planalto.

A captura do site antigo de Bolsonaro é possível devido à plataforma WayBack Machine, que permite a usuários salvarem páginas da internet para depois acessá-las. Neste caso, o acesso ao site foi feito em julho de 2002.

Naquele ano, Ciro disputava o pleito pelo PPS, atual Cidadania. Na disputa, estavam nomes como Anthony Garotinho, José Serra, Rui Costa e Zé Maria. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sairia vencedor para cumprir seu primeiro mandato.

O site de Bolsonaro defendia primordialmente a questão militar, e criticava um ajuste feito na remuneração dos oficiais. Pautas consideradas "de costumes" ou conservadoras não tinham destaque naquela campanha.