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Em live, Bolsonaro convoca para 7 de setembro: 'Não é ato antidemocrático'

Do UOL, em São Paulo

01/09/2022 19h29

O presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou hoje à noite o público de sua live para atos no 7 de setembro. O chefe do Executivo associou o feriado da independência brasileira à necessidade de "pedir por liberdade" e disse que as manifestações respeitarão a democracia.

"Não é ato antidemocrático, quero pagar para fazer parte do processo depois. Ficam fazendo covardia com pessoas inocentes por aí. Então 7 de setembro todo mundo junto em Brasília, depois Copacabana e vai ter na Avenida Paulista", afirmou após listar sua agenda.

Segundo o presidenciável, ele começará o dia 7 com o desfile em Brasília e, em seguida, partirá para o Rio de Janeiro, onde indicou uma possível motociata.

Na mesma data no ano passado, Bolsonaro assumiu tom golpista e chegou a afirmar que não obedeceria mais decisões do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). A declaração gerou uma crise entre os Poderes, apaziguada com uma carta pública de recuo divulgada por Bolsonaro e escrita pelo ex-presidente Michel Temer.

Essa noite, o presidente aparecia simultaneamente em sua tradicional live de quinta-feira e na RedeTV! em comentário gravado sobre a reportagem do UOL que revelou que, ao longo das últimas três décadas, a família do candidato à reeleição comprou ao menos 51 imóveis em dinheiro vivo. Bolsonaro participou de sabatina, também já gravada, na emissora após o fim da transmissão ao vivo em seu próprio canal.

"Minuto de horário eleitoral gratuito". Em live feita do Palácio da Alvorada, o presidente dedicou uma porção de seu tempo ao que chamou de "um minuto de horário eleitoral gratuito" para apontar seus candidatos às eleições deste ano. Entre eles, estão seus ex-ministros, como Marcos Pontes, Tereza Cristina e Tarcísio de Freitas.

"Não tem como viver sem cartão corporativo", disse Bolsonaro, que é alvo de investigação do TCU (Tribunal de Contas da União) por seus gastos do dinheiro funcional. O presidente afirmou hoje ter dois cartões "para despesas mais variadas possíveis, ração para ema... Tudo que se possa imaginar".

"O TCU audita esses cartões e, no meu particular, posso sacar R$ 25 mil por mês e tomar Itubaína, mas nunca saquei um centavo", repetiu hoje de uma frase semelhante usada em entrevista na sexta-feira (26) para justificar seus gastos.

Em busca do voto feminino, Bolsonaro tenta, ao longo das últimas lives, fazer acenos ao que ele entende que compõe o universo das mulheres brasileiras. "Notícia boa para mulher é beijinho, rosa, presentes, né?! Férias... Esse vocês gostam?! Eu também gosto [risos]", disse. Depois, ressaltou novamente que mulheres administram melhor o dinheiro do que os homens.

Além de comentários rápidos nas transmissões ao vivo, a campanha de Bolsonaro tem investido na aparição da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, em tentativa de apelar às mulheres e aos evangélicos ao mesmo tempo. O esforço, no entanto, aparenta ser em vão.

Desde as sondagens de julho da Quaest Consultoria, o candidato tem apenas variado dentro da margem de erro do voto feminino: oscilou de 28% em julho para 29% no fim de agosto.

Agora campanha precisa não só lidar com a rejeição dessa parte do eleitorado, como também reparar o dano feito pelo presidente no debate de domingo à noite, no qual atacou a jornalista Vera Magalhães e a também candidata à Presidência Simone Tebet (MDB).

"Lula pretende indicar Bonner ao STF". Ao chamar os espectadores da live para a sabatina na RedeTV!, Bolsonaro deixou clara sua preferência pela emissora de hoje em comparação com o canal que o recebeu na semana passada.

Tenho certeza que vocês vão gostar tendo em vista o perfil dos entrevistadores. Diferentemente lá da Globo, quando na cara de pau o [William] Bonner fala que o Lula não deve mais nada para a Justiça, né? Tudo bem. Eu acho que o Lula pretende indicar o Bonner para o Supremo Tribunal Federal daqui uns 40 anos quando for eleito presidente da República
Bolsonaro sobre sabatina do Jornal Nacional

Auxílio Brasil ficará em R$ 600, "palavra minha e do Paulo Guedes", falou o presidente na live. "Não pude botar agora no orçamento, por questão de responsabilidade fiscal", afirmou. Minutos depois, o candidato à reeleição reiterou a promessa, alegando ser possível manter o valor "porque nós vamos taxar lucros e dividendos para quem ganha acima de R$ 400 mil por mês".

Apesar de prometer continuar com o valor de R$ 600, o governo Jair Bolsonaro não prevê o pagamento do Auxílio Brasil neste montante em 2023. No Orçamento de 2023 enviado ao Congresso Nacional ontem, a proposta é que o valor médio seja de R$ 405,21.

No texto, o governo diz que vai buscar aumentar o valor do Auxílio de forma permanente, mas não explica como. O documento afirma apenas que o governo federal "reconhece a relevância" do aumento do valor do Auxílio e que vai buscar soluções jurídicas e orçamentárias para a manutenção em R$ 600 em 2023. O Orçamento prevê R$ 105,7 bilhões para o pagamento do Auxílio Brasil a 21,6 milhões de famílias.

*Com informações da Agência Estado