Ataques a STF, PT, JN: o que mostram cartazes do 7 de Setembro bolsonarista
O STF (Supremo Tribunal Federal), o PT e a imprensa —em especial, a TV Globo— estão entre os alvos de faixas e cartazes dos atos bolsonaristas de 7 de Setembro pelo país.
Em Brasília, São Paulo e no Rio de Janeiro, manifestantes levantaram bandeiras antidemocráticas, que pedem, algumas de forma explícita, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) e as Forças Armadas intervenham no Judiciário. Também circularam cartazes em defesa de pautas como o "voto impresso auditável", uma proposta alimentada pelas suspeitas que Bolsonaro tem lançado sobre as urnas eletrônicas.
O evento em Brasília, onde Bolsonaro discursou pela manhã, comemorou os 200 anos de independência do Brasil, mas críticos —no país e no exterior— avaliam que o presidente usou o evento para fazer campanha pela reeleição. Em seu discurso, ele evitou fazer ataques diretos ao Supremo e não citou nominalmente nenhum opositor.
Parte dos manifestantes na capital federal, porém, foram mais radicais que o chefe do Executivo em seus pedidos. Uma faixa na Esplanada dos Ministérios, por exemplo, pedia até uma "nova Constituição anticomunista" e a destituição de ministros do Supremo e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que foram chamados de "traidores da pátria".
Algumas faixas fizeram um apelo direto para que Bolsonaro "acione" as Forças Armadas contra os ministros do Supremo. Parte dos recados citava nominalmente todos os magistrados que não foram indicados por Bolsonaro para a Corte.
Os ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin eram os mais lembrados.
A imprensa também foi alvo das manifestações. Na avenida Paulista, onde Bolsonaro não compareceu hoje, uma faixa fazia um ataque direto aos jornalistas Renata Vasconcellos e William Bonner, da TV Globo. Ambos entrevistaram Bolsonaro no "Jornal Nacional", no fim do mês passado, e foram criticados por apoiadores do presidente.
Apesar da defesa de golpe de Estado nas faixas e cartazes, aliados de Bolsonaro minimizaram o teor golpista dos recados. O candidato ao governo da São Paulo Tarcísio Freitas (Republicanos), ex-ministro da Infraestrutura, disse ver "zero risco" à democracia com os ataques.
Nos principais locais dos protestos, também chamaram atenção faixas em cartazes em inglês, dirigidos ao público internacional. Em São Paulo, por exemplo, exibiram a versão traduzida de uma frase que pede a Bolsonaro que "acione as Forças Armadas" para destituir os ministros do Supremo.
O ministro do STF mais atacado nos atos foi Alexandre de Moraes, que supervisiona inquéritos abertos nos últimos anos contra apoiadores do presidente.
Em Brasília, uma faixa exigia o impeachment do magistrado, que foi chamado de "canalha" por Bolsonaro no ato de 7 de setembro do ano passado, em São Paulo.
Na Avenida Paulista, um conjunto de pequenos cartazes colados na entrada de uma estação de metrô exaltavam pautas como o anticomunismo, a prisão de Lula, a reeleição de Bolsonaro e até a monarquia. "O Brasil é terra de Santa Cruz!" era um dos dizeres.
Um dos cartazes na manifestação do Rio homenageava jornalistas que, segundo o autor, são a "verdadeira imprensa". As fotos, em geral, são de comunicadores famosos de direita, que costumam defender Bolsonaro e o governo. Entre eles estão Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio, investigados pelo STF.
Outro cartaz em inglês, este no Rio de Janeiro, pedia "fora Lula", "fora PT", "fora esquerda" e "fora comunismo". Outra palavra de ordem no cartaz era "outside STF", que significa "do lado de fora do STF". O texto ainda afirma que o "Brasil é Bolsonaro".
Uma faixa em São Paulo chama os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes, do STF, de "os dois piores funcionários públicos desse país".
Fachin, que vinha sendo menos atacado que o colega, voltou a ser alvo de bolsonaristas ao suspender trechos dos decretos de Bolsonaro que facilitavam o acesso às armas no Brasil.
Até mesmo o nome de Bolsonaro apareceu com a grafia errada. No ato do Rio, um homem pedia que o "Presidente Balsonaro" acione as Forças Armadas para as eleições em outubro.
Um dos cartazes contra o Supremo em Brasília dizia que os autores "autorizam" Bolsonaro e as Forças Armadas a "demitir" os ministros de seus cargos. Nove membros da Corte foram citados nominalmente —os únicos poupados foram Nunes Marques e André Mendonça, que foram indicados pelo atual presidente para o tribunal.
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