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Presente em desfile, presidente de Portugal nega desconforto com Bolsonaro

7.set.2022 - O presidente, Jair Bolsonaro (PL), cumprimenta o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa - REUTERS/Adriano Machado
7.set.2022 - O presidente, Jair Bolsonaro (PL), cumprimenta o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa Imagem: REUTERS/Adriano Machado

Do UOL, em São Paulo

07/09/2022 16h49Atualizada em 07/09/2022 17h19

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, negou hoje que teve qualquer desconforto por estar ao lado do chefe do Executivo brasileiro, Jair Bolsonaro (PL), no palanque oficial para ver o tradicional desfile de 7 de setembro que, neste ano, marca o bicentenário da Independência do Brasil. O evento ocorreu na manhã de hoje na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Os dois deveriam ter se encontrado no início de julho, em visita oficial do presidente português. No entanto, Bolsonaro cancelou o encontro após Marcelo ter uma agenda com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo o jornal O Globo, o presidente português conversou com jornalistas em um hotel de Brasília após o desfile. Ao ser perguntado se ficou confortável por estar ao lado do presidente brasileiro no palanque, ele disse apenas: "Sim, sim".

O português também negou ter ouvido palavras de ordem pró-Bolsonaro e contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que também concorre ao Palácio do Planalto e aparece em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto.

"Da tribuna não ouvia as palavras de ordem, vi as tribunas cheias de brasileiros."

Sobre a presença no evento, Rebelo disse que cumpriu seu papel como chefe do Estado português por estar em um momento único para o Brasil e Portugal.

"Eu estou aqui para representar Portugal num momento histórico, fosse qual fosse o Presidente. As pessoas têm de perceber o seguinte: a campanha eleitoral dura x tempo, o mandato do Presidente dura muito mais e a História de 200 anos dura muito mais. E o que fica para a História é que Portugal esteve presente num momento histórico", declarou.

O político português concluiu dizendo que a sua relação com os países é de representar a nação portuguesa.

"O que interessa é que há um milhão de portugueses vivendo no Brasil e há 250 mil brasileiros vivendo em Portugal, e esses continuarão [nos países] qualquer que seja o presidente, qualquer que seja o Governo, e a minha função é representar a nação portuguesa."

Outras companhias internacionais

Diversas autoridades participaram do evento e ficaram ao lado do presidente Bolsonaro em um espaço para elas. Além do presidente português, outros chefes do Executivo de países de língua portuguesa também estiveram presentes no desfile em Brasília: José Maria Neves, de Cabo Verde, e Umaro Sissoco Embaló, de Guiné-Bissau.

O governo de Moçambique, outro país que fala português, foi representado por Constantino Alberto Bacela, ministro da Presidência da República de Moçambique para Assuntos da Casa Civil.

Ainda marcou presença no desfile Zacarias Albano da Costa, secretário-executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).