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Reinaldo: Bolsonaro evidencia que quer reeleição para golpear democracia

Colaboração para o UOL, em São Paulo

07/09/2022 13h44

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse hoje em breve discurso no Palácio da Alvorada antes do desfile cívico-militar que aconteceu em Brasília que "a história pode se repetir" após citar momentos de ruptura democrática do Brasil. Para o colunista do UOL Reinaldo Azevedo essa fala, aliada ao discurso feito em palanque na Esplanada, sugere uma intenção de Bolsonaro "golpear a democracia".

"Nesse discurso há evidências de que ele quer um novo mandato para continuar a golpear a democracia. (...) é evidente que se reeleito inicia-se então a batalha para tentar atropelar o Supremo e se colocar como o mandatário acima das instituições", afirmou durante participação no UOL News especial.

Apesar de não ter feito críticas diretas ao STF (Supremo Tribunal Federal) em seus discursos, Reinaldo Azevedo pontuou que Bolsonaro violou uma série de leis durante ato realizado em comemoração ao 7 de setembro em Brasília.

"Toda a trajetória dele no poder é de golpear a democracia e isso que está acontecendo hoje é flagrantemente ilegal e flagrantemente inconstitucional. Viola a Lei Eleitoral, viola a Constituição e viola o decoro que cabe ao presidente da República. Ele é um destruidor de instituições".

Josias: Brasil assiste ao sequestro do Dia da Pátria como refém indefeso

"Estamos vivendo um dia importante, o Brasil está assistindo como um refém indefeso ao sequestro do Dia da Pátria. Confirmaram-se as piores expectativas nesse 7 de setembro, no bicentenário da Independência", analisou Josias de Souza durante participação no UOL News especial.

O colunista do UOL também criticou o espaço dado ao empresário bolsonarista Luciano Hang no evento. "No palanque oficial, personagens como o empresário bolsonarista Luciano Hang, que se encontra sob investigação policial, mereceram mais atenção do presidente do que o chefe de Estado de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza. Ele foi ali desprezado pelo presidente que colocou alguém sempre ele e o presidente de Portugal".

Bolsonaro dizer 'imbrochável' é degradante; discurso degrada a data, diz historiadora

"É degradante o cara dizer 'imbrochável' no 7 de setembro e bicentenário da Independência. Degrada, desmoraliza e quanto mais degradado, mais eficiente se torna o discurso dele contra a democracia", disse a historiadora Heloisa Starling durante participação no UOL News especial.

Ela também criticou o discurso da primeira-dama Michelle Bolsonaro durante o ato. "Não tem cabimento e é degradante, porque está se misturando duas coisas. Ela não tem cargo, ela não foi eleita e não tem título, portanto ela não tem voz nesse evento".

O UOL News especial reuniu análises e entrevistas sobre os atos de 7 de Setembro. Assista à íntegra: