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'Se pudesse acabar com Lava Jato, acabaria com rachadinha', diz Bolsonaro

 Bolsonaro - Reprodução/YouTube
Bolsonaro Imagem: Reprodução/YouTube

Do UOL, em São Paulo

12/09/2022 23h42

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou hoje que, se tivesse poder para acabar com a Lava Jato, acabaria com a prática de "rachadinha" —esquema ilegal de desvio de salário de assessores— na política. A declaração ocorreu durante entrevista ao podcast "Collab", pool dos podcasts Dunamis, Hub, Felipe Vilela, Positivamente, Luma Elpidio e Luciano Subirá.

"Falam que quis trocar o Delegado da PF [Polícia Federal] pra proteger filho. Nenhum filho meu foi investigado pela Polícia Federal. O mais velho foi investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. Ponto final. São maiores de idade. Não vou logicamente ficar feliz com uma injustiça", disse Bolsonaro.

"Eu sou o cara mais visado do Brasil. Se tivesse tanto poder assim para acabar com a Lava Jato, acabaria com a rachadinha. Não consegue entender isso daí? Continua investigando apesar de não ter encontrado nada continua investigando. Filho foi pego fazendo uma besteira, você vai ficar chateado, não vai ficar porr*, meu filho porr*", acrescentou.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi investigado pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) por suspeitas da prática de rachadinhas, que é o desvio de salário de funcionários para o parlamentar a partir de acordos pré-estabelecidos. O caso —que estava sendo apurado desde 2019 pelo Ministério Público— foi arquivado em maio por determinação TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio), mas pode ser retomado pelo MP.

O documento do Coaf apontou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta no nome de um ex-assessor de Flávio, Fabrício Queiroz, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. O documento levou o MP do Rio a abrir a investigação, no caso que foi revelado pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

A decisão do tribunal de rejeitar a acusação foi tomada após o próprio MP fluminense solicitar a anulação da denúncia. A Promotoria decidiu pedir a nulidade da peça acusatória que apresentara à Justiça após decisões do STJ de anular provas colhidas durante as investigações.