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Exaltação ao Dops, ataques e transfobia: o histórico de Douglas Garcia

Deputado Douglas Garcia registrou B.O contra Vera Magalhães após tentar intimidá-la - Reprodução/Twitter
Deputado Douglas Garcia registrou B.O contra Vera Magalhães após tentar intimidá-la Imagem: Reprodução/Twitter

Nathalia Lino

Colaboração para o UOL

14/09/2022 12h19

Na noite de terça (13), durante o debate dos candidatos ao governo de São Paulo, Douglas Garcia, deputado estadual (Republicanos), declaradamente bolsonarista, atacou verbalmente a comentarista da TV Cultura, apresentadora do Roda Viva e colunista do Globo, Vera Magalhães.

A jornalista, que estava sentada em uma área reservada, foi abordada pelo candidato que a chamou de "vergonha para o jornalismo brasileiro".

A convite da equipe do candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos), Garcia se dirigiu à jornalista com um celular na mão, filmando as declarações contra a jornalista.

O também jornalista Leão Serva, que estava intermediando o debate, saiu em defesa de Vera, tirando o celular da mão do deputado, arremessando o aparelho longe.

Em seu Twitter, ela afirmou que registrará um boletim de ocorrência contra o deputado.

Tarcísio de Freitas prestou sua solidariedade à jornalista também em seu Twitter.

Outras polêmicas de Douglas Garcia

Esta não é a primeira vez que o candidato aparece envolvido em polêmicas. Contra a jornalista Vera Magalhães, seu embate começou em 2020, quando o deputado disse acreditar que a jornalista recebia para falar mal do governo de Bolsonaro, defendido por ele.

Em 2018, durante o Carnaval, o deputado criou um bloco chamado "Os Porões do Dops", fazendo uma referência ao coronel Ustra, conhecido como um dos atuantes da repreensão política durante a Ditadura Militar e chefe do DOI-Codi, que culminou na morte do também jornalista Vladimir Herzog.

Já no ano de 2019, o candidato declarou que "na direita existem mais gays do que na esquerda". Ele se assumiu gay em abril do mesmo ano, o que não o impediu de dar declarações transfóbicas, como no episódio em que ofendeu indiretamente, durante Assembleia, a deputada trans Erica Malunguinho, do PSOL.

"Se por acaso dentro do banheiro uma mulher, em que a minha irmã ou a minha mãe, estiver utilizando, e entrar um homem que se sente mulher, ou que pode ter alegando o que ele quiser e colocado o que quiser, porém eu não estou nem aí, eu vou tirar primeiro no tapa e depois chamar a polícia para ir levar", disse.

No ano seguinte, Douglas foi condenado a pagar uma indenização de R$ 20 mil a uma mulher, que foi citada em documento produzido por ele, com dados pessoais de opositores do governo federal.