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Em SC, Alckmin chama Bolsonaro de 'tchutchuca' e critica falta de obras

Do UOL, em São Paulo

18/09/2022 17h54Atualizada em 18/09/2022 18h18

O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) chamou o presidente Jair Bolsonaro (PL) de "tchutchuca". A declaração aconteceu neste domingo (18) durante comício do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Florianópolis, Santa Catarina.

Candidato a vice na chapa de Lula, Alckmin iniciou seu discurso criticando Bolsonaro e a falta de obras do governo federal na região Sul. "Cheguei aqui em Floripa bem cedinho e perguntei para dez pessoas: 'qual foi a obra do tchutchuca [em referência ao presidente] aqui em Santa Catarina'. Nenhuma", afirmou o ex-governador paulista.

O apelido de "tchutchuca" ganhou projeção após ser usado por um youtuber. Em agosto, ele chamou Bolsonaro de "tchutchuca do Centrão". Na mesma ocasião, o presidente da República puxou a gola da camisa do jovem.

Fome e desemprego. No discurso, Alckmin ainda citou problemas enfrentados pelo país, como desemprego e a fome que atinge pelo menos 33 milhões de pessoas.

"E pior, o que foi feito no Brasil inteiro foi desemprego entre os jovens: mais de 30%. Fome, que já tinha ido embora, agora são 33 milhões de pessoas. Inflação do café da manhã, do pão, do leite, da manteiga, mais de 30%", afirmou o candidato a vice. "Negacionismo, o Brasil tem 3% da população do mundo e 10,5% das mortes de covid-19", completou Alckmin.

Pedindo voto. Alckmin voltou a falar que ele e Lula estão unidos, "porque o Brasil precisa". Sem citar Bolsonaro, pediu um basta para quem admira a ditadura militar.

"Chega de quem gosta de tortura. Quem admira a ditadura não devia pedir o voto do povo", declarou o ex-governador. O presidente Bolsonaro já exaltou diversas vezes o período do regime militar no Brasil.

Neste ano, quando o golpe militar completou 58 anos, Bolsonaro disse que "nada ocorreu" em 31 de março de 1964 —data em que o então presidente João Goulart foi derrubado e teve início a ditadura.

A ditadura militar durou de 1964 a 1985. Foi um período marcado por interrupção de eleições diretas para presidente, violações de direitos humanos, censura, precarização do trabalho, além de uma saúde pública fragilizada, corrupção e falta de transparência.

Mais críticas a Bolsonaro. Lula também não deixou de criticar o presidente e seu principal adversário na corrida eleitoral. O petista afirmou que Bolsonaro "se ofereceu" para acompanhar o velório da rainha Elizabeth 2ª em Londres, na Inglaterra.

"Como ele [Bolsonaro] está precisando de imagem a nível internacional, ninguém nunca convidou ele para viajar, ninguém quer vir aqui... Ele se ofereceu para ir ao enterro da rainha da Inglaterra. [Mas] É louvável a decisão dele de ir", disse Lula. O atual presidente, no entanto, foi convidado para o funeral.