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Presidente do PDT fala em traidores após ex-aliados de Ciro defenderem Lula

Os candidatos à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PDT) - Ricardo Stuckert/Instituto Lula e Kleyton Amorim/UOL
Os candidatos à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PDT) Imagem: Ricardo Stuckert/Instituto Lula e Kleyton Amorim/UOL

Colaboração para o UOL, em Maceió

20/09/2022 17h33

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, evocou a memória do fundador do partido, Leonel Brizola, para criticar os ex-aliados do presidenciável Ciro Gomes que soltaram a mão do pedetista em prol do voto útil no candidato do PT ao Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas de intenções de voto, com chances de vitória no primeiro turno.

Em vídeo publicado nas redes sociais, Lupi disse que "a história abomina traidores", e afirmou que esses ex-aliados de Ciro que hoje defendem Lula são "companheiros mais frágeis", muitos dos quais já tinham deixado a legenda, ou estão em processo de mudança.

"Eu quero lembrar Brizola [que dizia]: 'a política, a mídia poderosa, os políticos tradicionais adulam e adoram traidores, mas a história os abomina'", falou, ressaltando que o PDT tem 42 anos de história marcados pela "coerência, lealdade e amor à pátria".

"Agora vem pressão em cima de alguns companheiros mais frágeis, aliás, a maioria ex. Costumo dizer que ex não cria dissidência porque já não é mais e outros que já estavam de saída. A todos eles, boa sorte, sigam seu caminho, nós vamos continuar nossa luta, que não é pelo personalismo, mas pelo povo brasileiro, nossa luta é tocar no sistema financeiro que só Ciro tem coragem de tocar", afirmou.

Na postagem, Carlos Lupi reafirma a manutenção da candidatura de Ciro Gomes porque ela significa a "atualização" e o "amadurecimento" do projeto nacional de desenvolvimento iniciado com Getúlio Vargas.

Lupi disse acreditar que o brasileiro está "anestesiado" e em situação de "paralisia", mas que pode "acordar" desse estado e, quiçá, ir "para o lado" de Ciro.

"Nós acreditamos e confiamos no povo brasileiro. São tantas pesquisas, todo dia, que do jeito que está daqui a pouco vão dizer: 'para que eleição, a pesquisa já decidiu'. [Mas] não é assim", falou.

Por fim, o presidente do PDT afirmou que o voto "é o único momento que o pobre é igual a rico, que o pedinte é igual ao dono do Bradesco", porque nessa ocasião "todo mundo vale um".

Ex-aliados de Ciro pedem voto em Lula

Membros e ex-integrantes do PDT preparam um manifesto contra a candidatura de Ciro Gomes à presidência da República e em favor do "voto necessário" em Luiz Inácio Lula da Silva. Os ex-aliados acusam o pedetista de polarizar as eleições ao adotar "uma postura de ex-companheiro de trincheira".

No manifesto, ao qual o UOL teve acesso, filiados e ex-filiados ao PDT lembram que até 2018 Ciro "reconhecia o legado dos governos democrático-populares de Lula e Dilma Rousseff", com "significativa melhoria" no poder de compra do trabalhador brasileiro. No entanto, devido a impossibilidade de formar uma aliança com o PT no pleito presidencial daquele ano, em prol da candidatura pedetista ao Planalto, o ex-ministro passou "a adotar um tom mais iracundo contra a base petista".

Ao UOL, Carlos Lupi, afirmou que a candidatura de Ciro Gomes é "irreversível" e não será "comercializada" por outras candidaturas.

"A candidatura do Ciro é irreversível. Não vendemos, não trocamos e não comercializamos candidaturas. Doa a quem doer", afirmou.

Pesquisa Ipec para presidente da República divulgada ontem mostrou que Lula segue liderando a disputa pela Presidência da República, com 47% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro segue estável com 31%. Considerando apenas os votos válidos, Lula teria 52% dos votos.

Em seguida, aparecem Ciro Gomes (PDT), com 7%, que manteve o mesmo percentual, e Simone Tebet (MDB), que oscilou positivamente de 4% para 5%, empatados na margem de erro. A senadora Soraya Thronicke (União Brasil) ficou com 1% e empata tecnicamente com Tebet. Os demais candidatos foram citados, mas não alcançam 1% das intenções de voto.