Ratinho: Lula diz que, se eleito, vai aumentar salário mínimo 'aumentando'
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (22) que vai aumentar o salário mínimo se for eleito presidente da República. Questionado pelo apresentador Ratinho sobre como faria isso, o candidato disse: "aumentando". Depois, afirmou que fez isso quando governou o Brasil (2003-2010).
Lula participou do programa "Candidatos com Ratinho", no SBT. O petista foi o quarto e último entrevistado pelo apresentador. Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) já passaram pelo programa. O atual chefe do Executivo foi entrevistado no dia 13 de setembro, enquanto Ciro e Tebet nos dias 19 e 20, respectivamente.
Crescimento do PIB. Depois de responder o apresentador, Lula disse que, quando foi presidente, aumentou o salário mínimo acima da inflação —em uma cutucada ao concorrente, Jair Bolsonaro.
"Você repunha aquilo que era a inflação e dava o aumento de salário de acordo com o crescimento do PIB. Se o PIB crescer 5%, você dá 5%. Se o PIB [Produto Interno Bruto] não crescer nada, você dá a inflação. Foi assim que nós fizemos durante o nosso governo e por isso o salário mínimo aumentou 77%", afirmou.
Após uma queda histórica de 4,1% em 2020, o PIB do Brasil fechou em alta de 4,6% em 2021, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Promessa de campanha. Ao longo da campanha eleitoral, o petista tem prometido retomar a política de reajuste do salário mínimo acima da inflação. Em um comício no Rio de Janeiro, afirmou que a partir de janeiro, se eleito, o salário mínimo aumentará todo ano.
A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), sancionada por Bolsonaro, prevê um salário mínimo de R$ 1.294 em 2023 —um aumento de R$ 82 em relação a este ano (R$ 1.212). Caso o valor seja mantido, será o quarto ano seguido sem um reajuste acima da inflação.
Na entrevista, o apresentador ainda fez questões sobre as obras realizadas na "Bolívia, Nicarágua e outros países, Venezuela, Cuba" durante a gestão petista no Planalto e disse que, nesse período, também havia desmatamento na Amazônia e invasões de áreas indígenas. Lula afirmou que as obras se reverteram em dinheiro para o Brasil, afirmou que reduziu a destruição da floresta e ainda prometeu chamar os 27 governadores para conversar. O petista também defendeu as "pedaladas" de Dilma Rousseff (PT).
Tom descontraído. A entrevista, como o próprio apresentador ressaltou em mais de uma ocasião, teve o formato de um bate-papo e contou até com alguns palavrões de Lula em meio a frases espontâneas.
Os dois relembraram que tomaram cachaça e comeram rabada com a presença de uma dupla sertaneja durante o mandato de Lula. "Você [Ratinho] foi na Granja do Torto, levou o Bruno e Marrone para conhecer. E por conta daquilo eu tive uma entrevista com o Jô Soares, ele brigou comigo porque você chegou primeiro, sabe? E nunca mais me convidou para o programa dele", disse.
Questionado sobre o que toma durante os comícios, Lula respondeu que era água —mas lembrou que não dispensa uma cachaça.
Eu estou com a garganta, fazendo tratamento com fonoaudiólogo, estou fazendo muito comício. Hoje ela está boa, mas eu gosto de uma cachaça, sim. Ah, nós já tomamos juntos na sua casa lá, no alto da Lapa, aonde eu comi a melhor rabada."
Prós e contras: A campanha chegou a cogitar não ir ao programa. O motivo seria a ligação do canal e do apresentador com Bolsonaro. Fábio Faria, ministro das Comunicações (pasta recriada pela atual gestão) é genro de Silvio Santos, dono do SBT e entusiasta do presidente, que já o recebeu em sua casa em mais de uma ocasião.
Até Ratinho, que já entrevistou Lula e tinha boa relação durante o mandato petista, hoje é mais próximo do bolsonarismo. Seu filho, Ratinho Júnior (PSD), governador do Paraná e favorito à reeleição, é o palanque do presidente no estado, onde o PT lançou o ex-governador Roberto Requião (PT) como opositor.
Por outro lado, Lula tem intensificado o foco da campanha nas classes média e baixa, de olho nos indecisos. Este é exatamente o público do programa, que ele pretende atingir com pautas sociais. "É um público que conheço bem", disse Lula em uma das respostas.
Prioridades. Lula não vai ao debate presidencial no próximo sábado (24). Como o programa será um pool entre SBT e CNN Brasil, a campanha entende que o ex-presidente já falou com públicos das duas emissoras.
Na semana passada, ele já participou de uma sabatina na CNN. Para a equipe lulista, as entrevistas deixam o assunto com as emissoras como resolvido. Além disso, Lula já deixou claro que considera o formato dos debates ultrapassado, com muito tempo de espera e pouco tempo de fala.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.