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Lula diz que Dilma sofreu um golpe: 'Inventaram mentira contra ela'

1.1.2011 | Michel Temer (à esq.), com Dilma Rousseff e Lula, na posse da presidente, em cena de "Democracia em Vertigem" - Orlando Brito/Divulgação
1.1.2011 | Michel Temer (à esq.), com Dilma Rousseff e Lula, na posse da presidente, em cena de 'Democracia em Vertigem' Imagem: Orlando Brito/Divulgação

Do UOL, em São Paulo

22/09/2022 20h27Atualizada em 22/09/2022 22h25

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou hoje que opositores políticos promoveram um "olpe contra a sua sucessora, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) —que sofreu um impeachment em 2016.

Lula participou do programa "Candidatos com Ratinho", no SBT. O petista foi o quarto e último entrevistado pelo apresentador. Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) já foram sabatinados. O atual chefe do Executivo foi entrevistado no dia 13 de setembro, enquanto Ciro e Tebet nos dias 19 e 20, respectivamente.

Durante a entrevista, Lula falou sobre Dilma enquanto respondia a um questionamento sobre gasolina e investimentos na Petrobras:

Ratinho: E por que não foi feito?
Lula: Não foi feito, meu caro, porque deram um golpe na Dilma e desmancharam tudo. Você está lembrado?
Ratinho: Você acha que a Dilma foi golpe?
Lula: Você é um homem inteligente. Foi golpe. Porque inventaram uma mentira contra ela.

Impeachment. O processo de impeachment contra Dilma foi concluído em agosto de 2016, com a saída da presidente do poder. Apesar da maioria ampla no Senado ter decidido pela saída de Dilma, o PT se refere ao processo realizado na ocasião como "golpe de 2016".

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrou que o termo havia desaparecido da prévia do programa de governo divulgada pela então pré-candidatura de Lula. No documento de 62 páginas do último pleito, em 2018, o termo "golpe" aparece 13 vezes e "golpista" outras 19, sendo grafado em uma das ocorrências com letra maiúscula.

nas diretrizes de 2022, as palavras não são mencionadas nenhuma vez ao longo das 18 páginas.

Pedaladas. O petista disse ainda que "nunca poderia cassar um presidente da República" pelo que Dilma fez, já que outros chefes do Executivo também fizeram —inclusive ele.

"Fernando Henrique Cardoso fez, eu fiz e todos os presidentes fizeram. Chega no fim do ano, você às vezes não tem o dinheiro para fechar o caixa, você pega dinheiro de outros programas, coloca lá e depois você repõe. Meu caro, isso é normal, inventaram um golpe e foi um golpe", afirmou.

Ratinho disse, em seguida, que até hoje não sabia o que eram as "pedaladas", como ficaram conhecidas as manobras que embasaram o pedido de impeachment aceito pela Câmara dos Deputados.

Defesa para Dilma, críticas para Ciro. Durante a entrevista, Lula afirmou que o candidato do PDT "está surtando" em relação à promessa de campanha sobre perdão a dívidas.

"Eu acho que o Ciro está surtando. Eu vi o Ciro falar para você: 'não, porque a taxa de juros está muito alta, o Brasil pagou 500 bilhões'. Ele foi ministro da Fazenda durante três meses, sabe qual era a taxa de juros quando ele foi ministro? 55%. Se ele tiver memória curta, é importante ele lembrar que ela reduziu foi apenas para 49%", disse o petista.

Ciro tem subido o tom contra Lula na reta final da campanha eleitoral. Em entrevista na quarta-feira (21) a Bruno Aiub, o Monark, que já defendeu a existência de um partido nazista no Brasil reconhecido por lei, Ciro chamou o ex-presidente Lula e Bolsonaro de fascistas. O candidato do PDT também criticou o chamado "voto útil".