Debate tem fãs disfarçadas de jornalistas e risos após 'o que é, o que é'
O debate entre presidenciáveis deste sábado (24) foi marcado, nos bastidores, por reações da plateia a perguntas e a interações de candidatos —que chegaram a arrancar gargalhadas na área onde ficaram os convidados— e até por bolsonaristas disfarçadas de repórteres.
Seis presidenciáveis participaram do debate nos estúdios do SBT em São Paulo: Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil), Felipe D'Avila (Novo) e Padre Kelmon (PTB). O segundo encontro entre os candidatos na TV é realizado pelo SBT em parceria com CNN, Veja, O Estado de S.Paulo, Nova Brasil FM e Terra.
Jogo de adivinhação. A candidata Soraya Thronicke (União) provocou sonoras gargalhadas ao sugerir um jogo de adivinhação na pergunta ao concorrente Luiz Felipe D'avila (Novo). "Candidato, você já brincou de o que é o que é? Eu vou te pergunta: o que é o que é, não reajusta merenda escolar mas gasta milhões com leite condensado? Tira remédio da Farmácia Popular, mas mantém a compra de Viagra? Não compra vacina para covid, mas distribui prótese peniana para seus amigos?".
A plateia formada por convidados das campanhas caiu na risada. Um dos menos discretos foi o polêmico Adrilles Jorge, candidato a deputado federal pelo PTB. Ele soltou uma gargalhada histriônica e chamou muita atenção porque estava no espaço dedicado ao PL, partido de Bolsonaro, o destinatário da alfinetada na pergunta de Soraya.
Fãs disfarçadas. Uma dupla de mulheres rasgou a fantasia quando o candidato Jair Bolsonaro (PL) chegou aos estúdios do SBT. Elas se credenciaram como imprensa, mas começaram a gritar "sou seu fã" e fizeram sinal para o presidente se aproximar da parte da grade em que estavam. Como faz no cercadinho do Palácio do Planalto em Brasília, ele atendeu aos pedidos.
Bolsonaro recebeu uma Bíblia e ouviu elogios. Ele abriu um sorriso quando elas pediram para tirar uma foto e se esticou sobre o cercadinho para uma selfie com a dupla.
"Capitão do povo". Alguns apoiadores de Bolsonaro aguardavam na porta do SBT. Logo na entrada da emissora, em São Paulo, um pequeno grupo de apoiadores do presidente portava bandeiras e gritava "capitão do povo" para recepcioná-lo. Mais cedo, ele participou de um ato em Campinas (SP).
Segurança. Na entrada dos estúdios do SBT, jornalistas e convidados precisaram passar por uma revista e por um detector de metais.
Revista. A vice de Tebet, a senadora Mara Gabrilli (PSDB), foi revistada manualmente para entrar no SBT. Segundo a assessoria dela, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da Presidência da República obriga o uso do detector de metal em eventos nos quais Bolsonaro participa. No entanto, a cadeira de rodas da senadora não cabia no espaço designado ao detector.
Sem pet no debate. Gabrilli compareceu ao debate sem a companhia de Tai, sua cachorrinha da raça pug que a acompanhava no debate do pool composto por Band, UOL, Folha de S.Paulo e TV Cultura. Sem acesso permitido à emissora, a cachorra aguarda o fim do debate no carro, junto do segurança da senadora.
'Cutucar onça com sua vara curta': A resposta de Soraya à afirmação de Bolsonaro de que ela e Tebet votaram pela derrubada do veto ao orçamento secreto —ambas afirmaram ser mentira— é parte de estratégia da candidata de tentar tirar o presidente do sério. Segundo a campanha dela, Soraya lançou mão de ironias para falar verdades de forma a não permitir direito de resposta. A frase da onça foi uma maneira de fazer contraponto ao jeito machista e bronco do presidente, segundo disse ao UOL um integrante de sua equipe.
'Nada a perder': Nos bastidores, a campanha de Simone Tebet (MDB) avalia que o baixo percentual de intenção de votos dela nas pesquisas a leva a não ter nada a perder no debate. De acordo com a equipe da candidata, isso tem sido um dos motivos para que ela explore mais as críticas a Bolsonaro, Lula e Ciro Gomes (PDT).
Plateia ri de elogio de Padre Kelmon a Bolsonaro. A interação entre os candidatos Jair Bolsonaro e Padre Kelmon (PTB) no terceiro bloco do debate provocou muitos risos na plateia. Os dois já faziam dobradinha desde o começo do programa e a escolha do presidente para perguntar ao concorrente foi recebida com risos. As risadas viraram gargalhadas quando Kelmon elogiou Bolsonaro, algo raro, ou até inédito, em debates. As risadas foram de todos os partidos e de parte dos jornalistas.
Jogado às traças. Cada coligação recebeu dez convites para distribuir a convidados que ficariam em um lounge com telão. O espaço de Jair Bolsonaro estava longe de ser o mais popular. Havia somente três pessoas. A única vez que o local esteve perto de lotar foi quando jornalistas se sentaram nas cadeiras. O UOL procurou um dos convidados do PL para tratar do assunto, e ele respondeu: "Não tenho nada para falar".
Silêncio. No lounge onde ficam convidados dos candidatos e a imprensa, próximo do estúdio onde é realizado o debate, houve silêncio quando Soraya disse "não confunda florentina com cloroquina". Ela respondia a pergunta sobre sua proposta de imposto único federal —se uma possível adoção disso oneraria mais um desempregado do que quem possui renda alta. Nem mesmo a equipe da candidata, que riu quando ela disse para que não a cutucassem com a vara curta, se manifestou. No estúdio do debate é permitida apenas a presença dos presidenciáveis e de quatro acompanhantes cada.
O padre tem sede. Entre todos os candidatos que compareceram ao debate, o Padre Kelmon foi o único que voltou para o camarim após o programa. Ele procurou a produção da emissora e justificou que tem problema nos joelhos e estava sentido dores por ficar duas horas e meia em pé.
Quando chegou ao camarim, Kelmon descobriu que tinham levado as bebidas embora e fez novo pedido à produção. Sobrou para um auxiliar que precisou ir atrás de água. Não havia nenhuma garrafa próxima e o funcionário teve de ir até a água dos jornalistas, de onde saiu com um fardo.
*Participaram desta cobertura:
Em São Paulo: Caê Vasconcelos, Felipe Pereira, Isabela Aleixo, Juliana Arreguy e Wanderley Preite Sobrinho
No Rio: Lola Ferreira
Em Brasília: Camila Turtelli, Eduardo Militão, Gabriela Vinhal e Leonardo Martins
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