Topo

Michelle ignora Jair Renan em briga familiar por apoio de Bolsonaro no DF

Michelle Bolsonaro ignorou o enteado, Jair Renan, e afirmou que seu irmão, Eduardo Torres, é o único candidato a deputado distrital com apoio de Jair Bolsonaro - Reprodução
Michelle Bolsonaro ignorou o enteado, Jair Renan, e afirmou que seu irmão, Eduardo Torres, é o único candidato a deputado distrital com apoio de Jair Bolsonaro Imagem: Reprodução

Tiago Minervino

Colaboração para o UOL, em Maceió

25/09/2022 18h45Atualizada em 25/09/2022 19h24

A primeira-dama Michelle Bolsonaro ignorou as críticas feitas por seu enteado, Jair Renan Bolsonaro, e reafirmou que seu irmão, Eduardo Torres (PL), é o "único" candidato a deputado distrital no Distrito Federal com o apoio do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).

A disputa pelo apoio e uso do sobrenome "Bolsonaro" entre os candidatos de direita no Distrito Federal provocou um racha na família presidencial ao colocar em lados opostos os interesses da madrasta e do enteado.

O atrito familiar teve início na quinta-feira (22), quando a primeira-dama, sem citar nomes, criticou aqueles que usam o nome de seu marido nas eleições, e classificou esses candidatos como "alpinistas que estão tentando subir na vida".

Hoje, ela repostou a mensagem e reiterou que Eduardo Torres é o único que tem o apoio de Bolsonaro no pleito local.

"Em Brasília, o meu irmão é o nosso único candidato ao cargo de deputado distrital. Não existe apoio a nenhum outro candidato. Fica o alerta para 'os alpinistas' que estão tentando subir na vida, usando o nosso sobrenome", postou.

Por outro lado, Jair Renan afirma que sua mãe, Ana Cristina Siqueira Valle (Progressistas), tem o direito de usar o sobrenome do presidente, como forma de angariar votos entre os eleitores de direita. Ao rebater a madrasta, o filho "04" do presidente defendeu que sua progenitora faça uso da alcunha "Cristina Bolsonaro" nas eleições.

"Minha mãe, Cristina Bolsonaro, teve uma história de vida com o atual presidente Jair Messias Bolsonaro, onde foram casados por 16 anos, e sou fruto desta relação. Portanto, não podemos negar o fato de que minha mãe teve sua contribuição com a chegada do meu pai à presidência", disse o "04", reiterando que o termo "alpinista" usado por sua madrasta "não reflete a realidade".

Ana Cristina é investigada por suspeita de envolvimento com o esquema de "rachadinha", entrega ilegal dos salários de funcionários dos gabinetes da família Bolsonaro. Nas redes sociais, ela usa imagens e o nome do presidente por diversas vezes na divulgação da sua campanha eleitoral.

Michelle também interfere em disputa ao Senado

Além de interferir no apoio concedido por Jair Bolsonaro à vaga de deputado distrital, Michelle Bolsonaro também tem atuado em prol da ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, ao Senado. Ela concorre diretamente com a ex-ministra da Secretaria de Governo na gestão Bolsonaro, Flávia Arruda.

Bolsonaristas, Flávia e Damares disputam o apoio do presidente que, até o momento, não endossou nenhuma das duas candidaturas publicamente. Nas redes sociais, Arruda alega que tem o apoio de Jair, enquanto a primeira-dama afirma que "a candidata" de seu marido é Alves.

Na sexta-feira (23), Michelle Bolsonaro afirmou em um evento que seu voto e de sua família para Senado no Distrito Federal é para Damares Alves. Sem citar nominalmente Flávia, ela pediu aos presentes para terem "muito cuidado com os lobos vestidos em pele de cordeiro".

"O meu voto e da minha família é de Damares Alves, e os meus candidatos são os candidatos do meu marido Jair Messias Bolsonaro. Não mexam com ela. Se mexer com ela, você está mexendo comigo", disse, antes de complementar: "Tenham muito cuidado com os lobos que estão vestidos em pele de cordeiro".

Segundo as últimas pesquisas eleitorais, Flávia está à frente na disputa, mas é seguida de perto por Damares. A candidata do PL apareceu com 28% das intenções de voto na última pesquisa Ipec, enquanto a ex-ministra apoiada por Michelle ficou com 21%.