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Damares: Michelle queria ter se envolvido na campanha antes

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

07/09/2022 13h29Atualizada em 07/09/2022 14h15

Ex-ministra de Jair Bolsonaro (PL) e candidata ao Senado pelo Distrito Federal, Damares Alves (Republicanos) comemorou as falas do presidente sobre as mulheres neste 7 de Setembro e o envolvimento da primeira-dama e sua amiga pessoal, Michelle Bolsonaro, na campanha.

"Era isso que ela queria há mais tempo. Ela estava antes muito envolvida com o Pátria Voluntária, agora deixou o pátria sendo cuidado por outras pessoas e está agora trabalhando muito na campanha", disse Damares.

Michelle apoia abertamente a campanha de Damares, apesar do PL, partido de Bolsonaro, ter a ex-ministra da Secretaria de Governo Flávia Arruda como nome do Distrito Federal para o Senado.

Hoje, ao lado de Bolsonaro no desfile de comemoração da Independência em Brasília, a primeira-dama endossou a campanha do marido, apoiando falas como "nossa bandeira jamais será vermelha", ditas por apoiadores.

Ela também fez um breve discurso antes de Bolsonaro chamá-la de "princesa" e puxar um coro de "imbrochável".

O presidente tem tentado reverter sua avaliação negativa com as mulheres, e conta com a imagem de Michelle como trunfo perante o eleitorado feminino e evangélico.

Na última semana, porém, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) barrou novamente uma propaganda com Michelle que excedia o tempo máximo de 25% na participação de apoiadores dos candidatos nas inserções e nos programas de propaganda eleitoral gratuita exibidos no rádio e na televisão.

Compra de imóveis pela família Bolsonaro com dinheiro vivo

A ex-ministra Damares Alves (Família, Mulheres e Direitos Humanos) disse nesta quarta-feira (7) que não há provas sobre a compra de imóveis pela família de Jair Bolsonaro (PL) com dinheiro vivo. Os detalhes das transações foram revelados no último dia 30 de agosto pelo UOL.

"Ninguém consegue provar nada. Todo mundo denuncia e ninguém consegue provar nada. Conheço o capitão há 24 anos. O cara é bom, acreditem", afirmou.

Para ela, tinha mais gente na manifestação em Brasília neste ano do que em 2022. "Eu estava no palanque com o presidente e era uma onda [de pessoas]", disse.

O levantamento patrimonial realizado pelo UOL mostrou que quase metade do patrimônio em imóveis do presidente e de seus familiares mais próximos foi construída nas últimas três décadas com uso de dinheiro em espécie. Desde os anos 1990 até os dias atuais, Bolsonaro, irmãos e filhos negociaram 107 imóveis, dos quais pelo menos 51 foram adquiridos total ou parcialmente com uso de dinheiro vivo, segundo declaração dos próprios integrantes do clã.

As compras registradas nos cartórios com o modo de pagamento "em moeda corrente nacional", expressão padronizada para repasses em espécie, totalizaram R$ 13,5 milhões. Atualmente, em valores corrigidos pelo IPCA, este montante equivale a R$ 25,6 milhões.

Não é possível saber a forma de pagamento de 26 imóveis, que somaram R$ 986 mil (ou R$ 1,99 milhão em valores corrigidos), porque esta informação não consta nos documentos de compra e venda. Já as transações por meio de cheque ou transferência bancária envolveram 30 imóveis, totalizando R$ 13,4 milhões (ou R$ 17,9 milhões corrigidos pelo IPCA).

Ao menos 25 deles foram comprados em situações que suscitaram investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro e do Distrito Federal. Neste grupo, estão aquisições e vendas feitas pelo núcleo do presidente, seus filhos e suas ex-mulheres não necessariamente com o uso de dinheiro vivo, mas que se tornaram objeto de apurações como, por exemplo, no caso das "rachadinhas" (apropriação ilegal de salários de funcionários de gabinetes).

Na terça, o presidente demonstrou irritação ao ser questionado sobre o assunto: "Qual é o problema de comprar com dinheiro vivo algum imóvel, eu não sei o que está escrito na matéria... Qual é o problema?", disse Bolsonaro após participar de uma sabatina promovida pela União Nacional do Comércio e dos Serviços.

"O que eu tenho a ver com o negócio deles?", afirmou sobre os filhos e familiares que moram no Vale do Ribeira (SP).

O levantamento considera o patrimônio construído no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Brasília pelo presidente, seus três filhos mais velhos, mãe, cinco irmãos e duas ex-mulheres.