SP: debate faz campanhas buscarem empate ou evitar mais erros por 2º turno
Os três candidatos ao governo de São Paulo melhor colocados nas pesquisas eleitorais —Fernando Haddad (PT), Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Rodrigo Garcia (PSDB)— tratam o debate da TV Globo, que vai ao ar a partir das 22h30 de hoje, como prioridade na reta final da campanha do primeiro turno.
As três campanhas já dão como certo que a disputa seguirá para o segundo turno. As últimas pesquisas apontam que Haddad lidera por uma vantagem de pelo menos dez pontos. Por isso, a meta é buscar a vaga de quem continuará na disputa com o petista.
Segundo o levantamento Quaest publicado ontem (26), o petista soma 31%, enquanto Tarcísio tem 21% e Rodrigo 20%. O tucano subiu cinco pontos percentuais em relação à pesquisa anterior e vem confirmando a tendência de fôlego demonstrada em outros levantamentos.
A expectativa é de um novo embate entre Rodrigo e Tarcísio, que disputam uma vaga no segundo turno, segundo apuração com pessoas ligadas às três campanhas.
De um lado, a campanha de Rodrigo quer sair do debate com o "empate" e seguir na tendência de crescimento. Já do lado de Tarcísio, a busca é por evitar mais erros como os das últimas semanas.
Pisando em ovos. O candidato do Republicanos está em um momento da campanha em que não pode errar porque enfrentou uma série de notícias negativas nas últimas semanas.
O primeiro evento que prejudicou Tarcísio foi a agressão verbal do deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos) à jornalista Vera Magalhães ao final do debate UOL/Folha/TV Cultura, ocorrido há duas semanas. O parlamentar estava no auditório como convidado de Tarcísio.
Onde? Na semana passada, ele não soube dizer o local de votação durante uma sabatina para a afiliada da Globo em São José dos Campos, seu domicílio eleitoral. O episódio teve maior impacto porque o candidato nasceu no Rio de Janeiro e Rodrigo afirma, desde o começo da campanha, que o adversário é um forasteiro que não conhece o estado.
Agendas reservadas. Os três candidatos assumiram poucos compromissos ontem e hoje em função da participação no debate da emissora.
Na mira. A campanha de Rodrigo acredita que, assim como nos debates anteriores, ele será o alvo preferencial entre os adversários. "É difícil ganhar um debate. O jogo amanhã é para empatar", disse à reportagem um dos aliados do tucano.
Além de associar Haddad e Tarcísio a seus respectivos padrinhos —os presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL)—, a estratégia do tucano também passa por mostrar sua atuação como governador. Ele manterá a narrativa de que é a solução para o estado não cair nas mãos de Haddad, que teve altos índices de rejeição na prefeitura paulistana, e de Tarcísio, visto como um forasteiro por ter nascido no Rio de Janeiro.
Decisivo. A campanha crê que será uma boa oportunidade para conseguir votos de eleitores que ainda não estão dando atenção à corrida pelo governo estadual e deixaram a decisão para a reta final.
O debate é visto como importante por sua audiência e é o único evento previsto nas agendas de Rodrigo e Tarcísio. Já Haddad reservou a manhã para uma caminhada em Osasco, reduto eleitoral do deputado estadual Emídio de Souza (PT), coordenador do plano de governo do petista. O período da tarde será voltado apenas para a preparação para o debate.
Treino intensivo. Ontem, Haddad cancelou uma caminhada em Guarulhos, na Grande SP, alegando desistência por causa da chuva que caiu sobre a cidade. O petista passou o restante da tarde sendo preparado pela jornalista Olga Curado para participar do evento — foi ela a responsável pelo media training de Haddad nas eleições de 2018.
As propostas serão, novamente, o foco do petista. Assim como no debate organizado por SBT, Estadão, Terra, Veja e a rádio Nova Brasil, o propósito de Haddad é se ancorar em seu plano de governo. Apesar disso, é esperado que ele direcione mais críticas a Rodrigo do que a Tarcísio; o entendimento da campanha é de que há maior chance de vencer no segundo turno contra o candidato apoiado por Bolsonaro do que contra o tucano.
Estudos. Interlocutores da campanha do petista afirmam que Haddad tem estudado bastante sobre os temas que podem ser abordados no debate. De acordo com a equipe do petista, a emissora forneceu mais de 20 temáticas que podem ser utilizadas tanto em questões que os candidatos devem responder quanto em perguntas que eles podem fazer aos adversários.
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