Nunes Marques solta aliado de Bolsonaro preso por ligação com jogo do bicho

O ministro Nunes Marques, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu um habeas corpus para libertar da prisão o delegado Allan Turnowski, ex-secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ele é aliado do clã Bolsonaro (PL) e concorre a uma vaga de deputado federal pelo PL, partido do presidente.

De acordo com a Seap (Secretaria Estadual de Administração Penitenciária), Turnowski deixou a prisão no fim da manhã desta sexta-feira (30). Ele estava detido na Cadeia Pública Constantino Kokotós, em Niterói.

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Turnowski foi preso no dia 9 deste mês na Operação Águia na Cabeça, deflagrada pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro). Ele é réu por organização criminosa e corrupção passiva, sob a acusação de fazer o papel de agente duplo do bicheiro Rogério de Andrade dentro da estrutura da Polícia Civil.

De acordo com Nunes Marques, Turnowski poderá responder ao processo em liberdade, mas ficará sujeito às seguintes restrições:

• Proibição de acesso às dependências de quaisquer repartições da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro e/ou da Secretaria de Segurança Pública do referido Estado;
• Proibição de manter contato com os denunciados por qualquer meio;
• Proibição de deixar o país;
• Entrega do passaporte perante o Juízo de origem;

Dois dias antes de sua prisão, Turnowski participou dos atos bolsonaristas de 7 de Setembro no Rio, onde posou para fotos com Bolsonaro e o governador Cláudio Castro (PL). No PL, o delegado é visto como um dos potenciais puxadores de voto da legenda.

Sua última gestão como secretário de Polícia Civil ficou marcada pela Operação Exceptis, que terminou com 27 pessoas mortas pela corporação na favela do Jacarezinho —um policial também foi morto na incursão. A ação é a mais letal da história do Rio. Em referência ao caso, Turnowski incorporou o número 27, referência à quantidade de vítimas da ação, em seu número na urna.

Mesmo preso, Turnowski manteve sua candidatura a deputado federal e tentará se eleger neste domingo.

O que diz a defesa

Em nota, a defesa de Turnowski afirma que "seu cliente não cometeu qualquer ilicitude, independentemente da esfera de apuração e, jamais teve qualquer envolvimento com pessoas ligadas ao jogo do bicho e ou o crime organizado".

Os advogados Daniel Bialski e Bruno Borragine, responsáveis pela defesa do delegado, afirmaram que "a prisão decretada nesta data foi reconhecida como ilegal pela Suprema Corte que CONCEDEU habeas corpus e, assim, ele poderá, em liberdade, aguardar o reconhecimento de sua plena inocência".