Topo

Toledo: Se Bolsonaro vence, Senado tem força para derrubar ministros do STF

Do UOL, em São Paulo

02/10/2022 23h33Atualizada em 02/10/2022 23h55

O colunista do UOL José Roberto de Toledo disse hoje, durante o UOL Eleições 2022, que se o presidente Jair Bolsonaro (PL) vencer no segundo turno das eleições 2022, o Senado Federal terá força para derrubar ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) através da aprovação do impeachment dos magistrados. A Suprema Corte e alguns de seus membros são alvos frequentes dos ataques do presidente e de seus apoiadores.

O que me preocupa é o cenário do que emerge da eleição para o Senado e para a Câmara dos Deputados. Esse Congresso que foi eleito, no Senado, por exemplo, dá maioria suficiente para impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal. José Roberto de Toledo, colunista do UOL

Toledo analisou o cenário político do país atualmente, com ataques do presidente à Justiça e acordos do mandatário com o Congresso Nacional, e opinou que o "único poder" que contradiz desejos de Bolsonaro pode ser o próximo alvo, o que estaria facilitado em razão do apoio de senadores.

"Hoje a gente tem uma situação em que a gente tem o Executivo tentando avançar o sinal, fez um acordo com o Congresso na base do fisiologismo via orçamento secreto para, no mínimo, não ter oposição e tinha a justiça como o único poder antagônico aos seus desejos de expandir os seus poderes para além das quatro linhas. Com essa maioria no Senado, se o Bolsonaro for reeleito, não vai ter mais oposição no STF. Aí serão três poderes do mesmo lado. Quem vai se lascar? Nós. As pesquisas aí [que os bolsonaristas atacam], tanto faz."

Além de ter indicado dois ministros para o STF durante a sua gestão — Kassio Nunes Marques e André Mendonça —, se Bolsonaro for reeleito, ele poderá indicar mais dois ministros para a Suprema Corte. Em dezembro de 2021, o candidato à reeleição disse que, se for reeleito, buscará emplacar mais dois ministros evangélicos, além do atual ministro Mendonça, para o STF.

Toledo: Com Bolsonaro ou Lula, fenômeno PL no Congresso vai gerar conflitos

O colunista do UOL José Roberto de Toledo disse hoje, durante o UOL Eleições 2022, que os candidatos eleitos pelo PL (Partido Liberal), sigla do presidente Jair Bolsonaro, irão gerar "conflitos" no Congresso Nacional.

"Vamos te um fenômeno interessante para acompanhar. Não interessa se ganhe Bolsonaro, ganhe Lula, o presidente vai ter que lidar com um partido que tem um monte de gente nova entrando com muito voto, mas que é dominado pelo Valdemar Costa Neto, que é dono do partido e dos diretórios. Isso vai gerar um conflito, como já gerou em 2018, quando essa mesma bancada foi eleita na ocasião, pelo PSL [à época sigla do presidente], que levou os bolsonaristas a saírem do partido."

Em novembro de 2021, Bolsonaro se filiou ao PL. O presidente estava sem partido desde 2019, quando deixou o PSL, pelo qual foi eleito à presidência. Ele saiu do PSL em meio a uma série de brigas internas e tentou fundar o Aliança pelo Brasil, mas fracassou — não obteve nem um terço das assinaturas exigidas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Após Bolsonaro se filiar ao PL, no entanto, diversos políticos apoiadores também migraram para a sigla de Valdemar.

Reinaldo: Ciro sai com desempenho 'trágico'; Tebet entra no jogo para 2026

O colunista do UOL Reinaldo Azevedo afirmou em participação no UOL Eleições 2022 que o presidenciável Ciro Gomes (PDT) demonstra um desempenho "trágico" no pleito deste ano e que Simone Tebet (MDB), se continuar fazendo um bom trabalho, pode ser uma opção nas eleições presidenciais de 2026.

Às 21h20 (horário de Brasília), com 96% das urnas apuradas, Ciro Gomes aparecia em quarto lugar com 3,06% das intenções de voto. Em terceiro lugar estava Simone Tebet (MDB), com 4,22%, Jair Bolsonaro (PL), obtinha 43,71%, e Lula em primeiro lugar com 47,84%. As pesquisas de intenção de voto apontavam Ciro à frente de Simone na disputa.

Para o Ciro é um resultado, acho trágico. Lá vou eu apanhar dos ciristas, que eles gostam de mim mais do que os bolsonaristas, aliás, eles estão juntos. A verdade é essa. É um resultado trágico para o Ciro porque ele vai sair com desempenho de candidato nanico. Aquele que diz que 'sou o único que tenho programa de governo'. Reinaldo Azevedo

Veja apuração ao vivo, resultados do primeiro turno, análises de colunistas e convidados no UOL Eleições: