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Sakamoto: Se Lula for eleito, bancada do PL na Câmara deve rachar

Colaboração para o UOL, em Maceió

03/10/2022 22h01

A composição do Congresso Nacional em 2023 vai depender de quem conseguir vencer a disputa pelo Palácio do Planalto, segundo avaliou o colunista do UOL Leonardo Sakamoto. O atual presidente Jair Bolsonaro (PL) tenta a reeleição contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que terminou o primeiro turno na liderança.

No programa Análise de Pesquisas, Sakamoto disse que, caso o vencedor seja Lula, a bancada do PL, que será a maior na Câmara dos Deputados a partir do próximo ano, "deve rachar" para se adequar a um eventual governo petista.

"Depende muito, claro, da presidência da República, porque com Bolsonaro será uma coisa, e com Lula será outra. O PL racha se o Lula ganhar, pois uma ala será pragmática", disse ele, ressaltando que essa parcela de parlamentares se aliará com o petista "sem dúvida alguma".

Ao UOL, o Capitão Augusto, vice-líder do PL, ponderou que, caso Lula vença, o partido seguirá a recomendação do presidente da sigla, Valdemar da Costa Neto. Conforme Leonardo Sakamoto destacou, Valdemar "vai para onde a brisa sopra".

Em relação ao Senado, o colunista salientou que a composição também dependerá do vencedor na disputa pelo Palácio do Planalto, pois, assim como na Câmara, será uma com Lula e outra com Bolsonaro.

Para Sakamoto, "vai entrar gente mais extremista para causar barulho nas comissões" do Senado, mas se Lula for eleito "não terá muito problema com isso, pelo menos a curto prazo".

Lula precisa rever campanha para atingir direita moderada, diz pesquisadora

A cientista política Deisy Cioccari avaliou que a campanha do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai precisar rever a estratégia adotada até o momento para conseguir angariar votos entre os eleitores da chamada direita moderada, com postura menos progressista.

Durante participação no programa Análise de Pesquisas, do UOL, Cioccari apontou que a campanha petista tem que dialogar com a base mais moderada e "precisa fazer um esforço" para adentrar nesse eleitorado, porque no sudeste o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) venceu devido ao fato de essa região ter eleitorado mais conservador, não progressista.

Deisy Cioccari ressaltou que o "ponto central" do cenário político brasileiro na atualidade é que, desde 2018, o país parou de considerar adversários políticos como "opositores e viramos inimigos", enxergando essas pessoas "como alguém a ser exterminado".

"O desafio hoje é alguém ser moderado, a gente não consegue mais. Não é porque alguém apoia Lula que é a favor da corrupção, ou porque apoia Bolsonaro que é a favor da morte, esses discursos têm que começar a ser analisados e separados", completou.

Toledo: Pesquisas não captaram mudanças de última hora a favor de Bolsonaro

O colunista do UOL José Roberto de Toledo avaliou que as pesquisas eleitorais para presidente da República não conseguiram captar as "mudanças de última hora" a favor do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).

Durante participação no programa Análise de Pesquisas, Toledo ressaltou que os levantamentos com intenções de votos feitos pelos institutos "são uma fotografia", enquanto as "eleições são o filme".

Conforme José Roberto de Toledo, todo esse movimento que ocorre de última hora, antes de o eleitor votar, não consegue ser captado pelas pesquisas "porque não tem como", já que os institutos precisam divulgar os resultados antes da abertura das urnas.

"Cada vez mais as pessoas definem a escolha de voto na última hora, muitas vezes no próprio domingo [de votação]", declarou, salientando que, "aritmeticamente, os 3% de indecisos [apontados pelas pesquisas] migraram para Bolsonaro, mais 1% da Simone Tebet (MDB) e mais 2% de Ciro Gomes (PDT) foram para o Bolsonaro", o que explicaria o crescimento do candidato.

"Todo o movimento de final de uma campanha eleitoral tão polarizada como essa a tendência é que os candidatos que lideram funcionem como uma espécie de aspirador dos votos dos outros candidatos e também dos eleitores indecisos, e na reta final o Bolsonaro teve um aspirador maior", completou.

Jair Bolsonaro obteve 43,2% dos votos válidos e disputará o segundo turno das eleições presidenciais com Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que terminou a primeira rodada na liderança, com 48,43% da preferência dos eleitores.

O Análise de Pesquisas vai ao ar sempre após a divulgação de pesquisas Ipec ou Datafolha para presidência da República.

Quando: toda semana após divulgação de pesquisa Ipec ou Datafolha.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Veja a íntegra do programa: