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PDT avalia dar 'apoio crítico' a Lula, mas participação de Ciro é incerta

24.set.2022 - Ciro Gomes (PDT) no debate do SBT entre candidatos à Presidência da República - Divulgação/SBT
24.set.2022 - Ciro Gomes (PDT) no debate do SBT entre candidatos à Presidência da República Imagem: Divulgação/SBT

Tiago Minervino

Colaboração para o UOL, em Maceió

03/10/2022 18h48Atualizada em 03/10/2022 23h12

O PDT deve anunciar amanhã "apoio crítico" à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à presidência da República no segundo turno das eleições. No entanto, a participação de Ciro Gomes, presidenciável pedetista, ainda é incerta.

O UOL apurou que, embora a cúpula do partido já tenha optado pelo apoio a Lula, ainda é "improvável" que Ciro Gomes atue de forma ativa na campanha petista para derrotar o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). Porém, vale ressaltar, não é impossível que o ex-ministro se posicione de forma contundente em prol do petista.

Ciro terminou a disputa presidencial em quarto lugar, com 3,06% dos votos válidos, ou seja, pouco mais de 3,4 milhões de votos.

Em entrevista concedida logo após a apuração das urnas, o pedetista disse estar "profundamente preocupado com o que está acontecendo no Brasil", porque "nunca" viu o país em "uma situação tão complexa". Questionado sobre endossar o PT, o ex-ministro destacou que falará com seu partido para "acharmos o melhor caminho para servir à nação brasileira".

Hoje, a presidente nacional do PT Gleisi Hoffmann afirmou que já entrou em contato com o presidente do PDT, Carlos Lupi, e falou com ele sobre o desejo de ter Ciro "na nossa campanha" por ambos terem "questões pragmáticas parecidas".

Durante a campanha no primeiro turno, Ciro Gomes concentrou seus ataques a Lula e a Bolsonaro, chamando-os de fascistas. Entretanto, na reta final ele se irritou com pedidos de voto útil para o petista, e chegou a rechaçar a possibilidade de unir forças com Lula no segundo turno.

Na avaliação do diretor da Quaest Consultoria, Felipe Nunes, a campanha por voto útil em Lula surtiu o efeito contrário. Para ele, aproximadamente 3% dos eleitores ciristas "foram embora não para o Lula, mas para Bolsonaro", influenciados pela postura que o pedetista "adotou na reta final da campanha".

Agora, a expectativa no PT é que, com o apoio oficial do PDT, a maior parte dos eleitores de Ciro Gomes votem em Lula no segundo turno.

No Twitter, Rodrigo Neves, que disputou o governo do Rio de Janeiro pelo PDT e terminou em terceiro lugar, tomou a dianteira e já declarou que, "diante das ameaças à democracia", vai apoiar Lula.

"Defenderei que diante das ameaças à democracia e às instituições democráticas de Direito, da barbárie social com a precarização do trabalho e da vida dos mais humildes, das ameaças irreversíveis ao meio e à Amazônia, que o trabalhismo declare apoio e se engaje na vitória do Brasil e o presidente Lula", escreveu.

No Instagram, Léo Lupi, filho de Carlos Lupi, já se posicionou em apoio a Lula e apontou que "não há nada mais urgente e necessário do que retirar Bolsonaro da presidência da República".

"Se o bolsonarismo - que vai muito além de Bolsonaro - tem se mostrado forte e enraizado na sociedade, o primeiro passo para enfrentá-lo é tirar do poder a sua liderança [...] A luta contra o bolsonarismo será longa e árdua. O campo progressista e democrático precisa rever toda a sua estratégia e se reconectar com as bases sociais. Não será fácil", postou.

Apoio a Haddad

O "apoio crítico" concedido a Lula a nível nacional deve se estender em São Paulo, onde o PDT também endossará a candidatura de Fernando Haddad (PT) contra Tarcísio de Freitas (Republicanos) no segundo turno no estado.

Conforme a reportagem apurou, o PDT vai oficializar até a próxima quarta-feira (5) o apoio a Haddad.

Até o momento, o candidato do PDT ao governo paulista, Elvis Cezar, não se manifestou sobre a posição que adotará na disputa estadual. Ele terminou o pleito em quinto lugar, com 1,21% dos votos válidos.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Tarcísio de Freitas é candidato ao governo de São Paulo pelo partido Republicanos, e não pelo PL.
Elvis Cezar, candidato do PDT para o governo de São Paulo, ficou em quinto lugar e não em quarto, como informado anteriormente.