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'Fui, sim', diz Bolsonaro sobre ida a loja maçônica

Do UOL, em São Paulo

05/10/2022 19h27Atualizada em 05/10/2022 22h31

O presidente Jair Bolsonaro (PL), que disputará o segundo turno eleitoral com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), confirmou ter ido a uma loja maçônica em 2017. O vídeo do chefe do Executivo no local viralizou ontem, porque iria contra a fé católica do candidato a reeleição.

"Tá aí na mídia agora o pessoal me criticando porque eu fui numa loja maçom em 2017. Fui, sim. Fui numa loja maçom, acho que foi a única vez que eu fui numa loja maçom", afirmou hoje em live.

Segundo o presidente, ele foi convidado por um colega a conhecer o espaço, que ele "acha" ter sido "em Brasília". "Fui de novo? Não fui. Agora sou o presidente de todos. Isso agora, a esquerda faz um estardalhaço, olha? O que eu tenho contra os maçons? Não tenho nada", falou.

O vídeo passou a ser disseminado com o objetivo de atingir o público evangélico que apoia a reeleição do presidente, num embate em que a religião ganhou força durante a campanha eleitoral. Apoiadores de Bolsonaro se manifestaram decepcionados no Twitter.

A maçonaria contraria a fé católica. Em um documento de 1983, o Vaticano diz que os princípios da maçonaria sempre foram "considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja".

"Sou cristão". O presidente pediu que o eleitorado persista e "pense nele" quando for às urnas para o segundo turno, além de reiterar sua fé cristã. "Peço que pense em mim também. O que eu passo para defender nossa pátria [...] Eu respeito todos os brasileiros, todos os seres humanos. Sou cristão. Entendo que sou o presidente com a ambição de Deus, assim como fui salvo, entendo, pelas mãos dele", afirmou.

Falou para os indecisos. Na live, Bolsonaro demonstrou estar em busca do apoio de quem votou branco, nulo ou ainda não se decidiu. "Eu vou ter dezenas de apoios. Se você não gostar de uma pessoa que está me apoiando, por favor, não critique. Agora não tem mais terceira via, ou é eu, ou é o Lula. Você que escolha qual é o melhor, qual é o menos ruim. Mas, por favor, não se omita. O maior erro que uma pessoa pode cometer é não tomar uma decisão, é lavar as mãos, é não ser nem quente, nem frio, é ser morno. A decisão também é um risco", afirmou.

Michelle em casamento maçom de Zambelli

Hoje, ressurgiu um vídeo da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, no casamento da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), em 2020. Usuários do Twitter questionam a presença dela, que é evangélica, em uma loja da maçonaria, onde o evento aconteceu.

Há dois anos, Carla Zambelli se casou com o coronel Aginaldo de Oliveira em uma loja maçônica e reuniu, além de Michelle Bolsonaro, alguns dos principais integrantes do governo na época: o ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União Brasil), o da Educação Abraham Weintraub (PMB), e a ex-secretária especial da Cultura Regina Duarte.

No vídeo, é possível ver Michelle ao fundo na cerimônia, enquanto a deputada e o coronel fazem os votos no casamento. No pedestal, Weintraub e a esposa Daniela, Moro e Rosângela Moro (União Brasil), todos padrinhos de casamento, acompanham a celebração.