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Boulos sobre possível apoio de Temer a Bolsonaro: 'Golpistas se merecem'

Colaboração para o UOL, em São Paulo

05/10/2022 14h02Atualizada em 05/10/2022 15h00

Deputado federal mais votado em São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) criticou, em entrevista ao UOL News, um possível apoio do ex-presidente Michel Temer ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

Apuração do colunista do UOL Alberto Bombig mostra que Temer deve declarar voto em Bolsonaro nos próximos dias. "Michel Temer foi um golpista que terminou a presidência com 2% de aprovação", disse Boulos. "Não sei o que ele agrega para a campanha do Lula. São dois golpistas que se merecem. Temer deu golpe, o Bolsonaro exalta golpe, está tudo ali", acrescentou.

Falando sobre a campanha para o segundo turno, Boulos disse que o foco está nos próximos 25 dias, e não em se lamentar pela eleição não ter terminado no domingo passado.

"Para chegar perto da votação do Lula, Bolsonaro precisa ter 60% dos votos da Tebet e do Ciro. Isso é muito improvável que aconteça. Então, quem tem que estar desesperado, com medo, falando em correção de rota é o lado de lá", afirmou.

"As pessoas não precisam amar o Lula para querer derrotar o Bolsonaro. E o Lula, as pessoas gostem ou não, é hoje quem tem condições de derrotá-lo no segundo turno", acrescentou.

Bombig: Temer deve apoiar Bolsonaro na sexta e foi contra MDB com Lula

O ex-presidente Michel Temer (MDB) deve declarar apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) na próxima sexta-feira (7), segundo apuração do colunista do UOL Alberto Bombig.

De acordo com o jornalista, Temer se posicionou firmemente contra o apoio do partido ao ex-presidente Lula (PT), o que motivou a Executiva Nacional do MDB a adotar posição de neutralidade no segundo turno das eleições presidenciais e liberar os filiados para fazerem suas escolhas.

"Temer foi contra o apoio ao Lula dentro do MDB. Ele já manifestou essa posição para a direção nacional do partido", afirmou Bombig, durante o UOL News.

"Ele disse que não aceitaria o partido estar com Lula e foi uma posição determinante para que se liberasse o apoio [aos filiados no segundo turno]", completou.

"A menos que aconteça um desentendimento entre eles nas próximas 48 horas, há grande chance de Michel Temer declarar apoio a Bolsonaro na sexta-feira", disse Bombig.

O colunista ainda analisou que o PT conduziu mal a negociação para um apoio de Temer no segundo turno. "O próprio Lula chamou ele de golpista no debate da Globo. E a Dilma teve confronto direto com ele depois da entrevista ao UOL", relembrou.

FHC com Lula e Rodrigo com Bolsonaro mostram PSDB sem direção após eleições, diz Bombig

Repercutindo o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a Lula e do governador paulista Rodrigo Garcia a Bolsonaro, o colunista Aberto Bombig analisou o panorama atual do PSDB.

"Na reta final do primeiro turno, [FHC] indicou um voto no Lula, mas não externou isso porque o partido estava oficialmente na coligação da Simone Tebet, que tinha como vice Mara Gabrilli. Agora, ele é totalmente a vontade para externar esse voto", disse o jornalista.

"Simbolicamente, é muito importante [o apoio de FHC a Lula]. Com o Rodrigo Garcia apoiando o Bolsonaro, prefeitos do PSDB do interior apoiando Bolsonaro e Tarcísio [Freitas ao governo], nada como o apoio do presidente de honra do partido para equilibrar essa balança", prosseguiu.

Na análise de Bombig, o PSDB, em São Paulo, está se colocando no campo oposto do PT pensando nas eleições municipais de 2024.

"Temos dois PSDB hoje: o raiz, que é do FHC, do Serra, do José Aníbal. E tem o PSDB que é esse do Rodrigo, um neo-tucano, que se filiou ao partido em 2020", disse.

Bombig destacou que Rodrigo vem do antigo PFL, que virou DEM e, depois da fusão com o PSL, é União Brasil.

"É inegável que tem uma coerência ideológica e política na posição dele em apoiar o Bolsonaro. Por outro lado, causou um mal-estar muito grande no partido. Mostrou que o PSDB é um partido hoje sem direção nacional, sem comando, onde cada um escolhe o caminho que quiser", afirmou o colunista.

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