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Sem descartar hipóteses, secretário não crava atentado contra Tarcísio

Do UOL, em São Paulo

17/10/2022 14h37

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, general João Camilo Pires de Campos, afirmou na tarde de hoje, em coletiva de imprensa, que "nenhuma hipótese é afastada" sobre os tiros que interromperam a agenda do candidato a governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, na manhã de hoje em Paraisópolis, comunidade na zona sul da capital.

"Estamos exatamente na dinâmica dos fatos buscando: o tiroteio aconteceu onde, a que distância, motivado pelo que?", questionou.

"Nenhuma hipótese é afastada. Houve sim um ruído com a presença policial naquela área de modo que o tiroteio ocorreu a cem metros de onde estava o candidato. Isso assusta todo mundo", disse.

"O que nós temos", continuou o secretário: "Informações absolutamente preliminares. O próprio governador Rodrigo [Garcia (PSDB)] fala que precisa de mais dados.

Ele prometeu "atender a determinação do governador de presteza" para apurar as informações e deixar a população "mais tranquila".

Campos disse que participam das investigações "o delegado federal, três delegados do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) e o comandante da Área 5".

[Estão] debruçados na elucidação desse caso, buscando dados, imagens de câmeras, de cinegrafistas que lá estavam e das câmaras [nos uniformes] dos policiais."
João Camilo Pires de Campos, secretário de Segurança Pública

O secretário confirmou que um homem morreu. "Felipe Silva de Lima tem passagens por roubo", disse.

Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, João Camilo Pires de Campos, durante coletiva de hoje - Herculano Barreto Filho/UOL - Herculano Barreto Filho/UOL
Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, João Camilo Pires de Campos, durante coletiva de hoje
Imagem: Herculano Barreto Filho/UOL
"A polícia ostensiva estava muito próxima, o primeiro confronto ocorreu com uma equipe da segurança [da campanha] e, lamentavelmente, uma pessoa fichada, Felipe Lima, morreu", disse. "As circunstâncias estão sendo objeto da investigação. Felizmente ninguém da equipe do candidato e das polícias ficou ferido."

Ele prometeu "investigação plena e absoluta para verificar a motivação e dinâmica" e que "tão logo tivermos mais dados, vamos passar".

"Vamos em frente, atrás das informações", concluiu.

Oito homens armados. Embora a SSP-SP não tenha descartado a hipótese de atentado, a dinâmica da ação indica que o confronto ocorreu porque policiais militares identificaram ao menos oito homens armados a cerca de 100 metros do local onde havia ato de campanha de Tarcísio.

Segundo a Polícia Militar, dois deles portavam fuzis. Uma van escolar, que estava na linha de tiro, foi atingida por disparos. Nenhum dos disparos atingiu o prédio onde Tarcísio realizava um ato de campanha.

25 tiros. A reportagem do UOL Notícias estava no local e ouviu ao menos 25 disparos, mas ainda não há informações sobre a origem dos tiros nem contra quem foram disparados

Tarcísio de Freitas (Republicanos) durante a agenda em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, instantes antes dos tiros - Stella Borges/UOL - Stella Borges/UOL
Tarcísio de Freitas (Republicanos) durante a agenda em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, instantes antes dos tiros
Imagem: Stella Borges/UOL
Procurada, a PM (Polícia Militar) confirmou ter sido acionada às 11h24 para atender uma ocorrência na comunidade, mas não deu detalhes.

O que aconteceu? Tarcísio chegou ao local, que fica na rua Manoel Antônio Pinto, por volta das 10h30. O candidato participava da inauguração do primeiro polo universitário da comunidade e conversava com integrantes do projeto no terceiro andar do prédio quando os disparos começaram do lado de fora, por volta das 11h20.

Parte dos jornalistas, inclusive a reportagem do UOL, aguardava o candidato no segundo andar do estabelecimento para uma coletiva de imprensa. Assim, que os disparos começaram, integrantes da equipe de segurança do candidato e membros do projeto social pediram que os cerca de 30 presentes se abaixassem e ficassem longe das janelas.

Houve gritaria e muitas pessoas deitaram no chão, enquanto outras se abrigavam atrás de uma escada.

O candidato deixou o local em uma van blindada, escoltado por seguranças, depois que a PM chegou ao local e os tiros cessaram, cerca de 15 minutos depois.

Policiais militares orientaram as pessoas a deixarem o local às pressas assim que os tiros foram interrompidos. Alguns jornalistas deixaram Paraisópolis na van da campanha de Tarcísio.

"Fomos atacados". As informações iniciais eram de que os criminosos atiraram contra o prédio onde Tarcísio estava, mas ainda não há confirmação por parte das autoridades de segurança.

Nas redes sociais, Tarcísio disse ter sido atacado. A polícia, no entanto, ainda não confirma as informações de que ele foi alvo de um atentado.

Governador diz que não é possível falar em atentado. Em entrevista à CNN, o governador paulista diz que ainda não é possível saber se o que aconteceu foi um ataque de motivação política.

"Por enquanto não dá nem para a gente de nominar isso como um atentado. Dá para denominar como uma tentativa de crime", afirmou Rodrigo.

Logo após o episódio, o governador usou o seu perfil no Twitter para se posicionar. Ele disse ter determinado "imediata investigação" do caso e disse ter conversado com o próprio Tarcísio. "Ele e sua equipe estão bem", escreveu.