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Oyama: Vídeo sobre venezuelanas racha campanha de Bolsonaro

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/10/2022 20h11Atualizada em 18/10/2022 21h01

A reação do presidente Jair Bolsonaro (PL) à repercussão de sua fala sobre adolescentes venezuelanas dividiu os integrantes da campanha de reeleição do mandatário. A apuração é da colunista do UOL Thaís Oyama.

Segundo a jornalista, parte do comitê achava que a decisão do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), de proibir o PT de usar o vídeo colocaria uma "pá de cal" sobre o assunto. "No entanto, os trackings da campanha, monitoramentos com pequenos grupos, estão mostrando que o assunto não esfriou", disse Oyama, no videocast O Radar das Eleições.

"Os trackings estavam estáveis na sexta-feira. Quando o vídeo estourou, no sábado, eles caíram e até hoje não voltaram ao normal", acrescentou. "Isso fez com que parte da campanha insistisse em fazer o vídeo em que o presidente pede desculpas."

Ao lado da primeira-dama Michelle, Bolsonaro gravou um vídeo em que se desculpa pelas palavras "tiradas de contexto" que foram "mal entendidas ou provocaram algum constrangimento às nossas irmãs venezuelanas."

Segundo Oyama, outra parte da campanha do presidente acha que ele não devia ter se colocado em cena para resolver a história. "Isso devia ter sido tratado pela primeira-dama e pela ex-ministra Damares", disse.

"Esse é mais um episódio em que o presidente tenta consertar um grande equívoco, na opinião de alguns analistas. Isso dentro de uma campanha errática em que pouca gente se entende, todo mundo troca farpas e ele desobedece os próprios conselheiros", concluiu.

Carla: Uso de Moro no debate foi bem avaliado por campanha de Bolsonaro

A colunista do UOL Carla Araújo também trouxe apuração sobre os bastidores da campanha do presidente Jair Bolsonaro. Segundo a jornalista, aliados do chefe do Executivo aprovaram a presença do ex-ministro Sergio Moro no debate promovido pelo UOL.

"Moro no debate foi uma espécie de elemento surpresa da campanha de Bolsonaro. A reaproximação deles já vinha acontecendo desde que o ex-juiz foi eleito senador, pois ele começou a se posicionar mais e chegou a conversar pelo menos duas vezes com Bolsonaro por telefone", disse Carla.

A participação de Moro na campanha de reeleição de Bolsonaro foi alinhada durante uma reunião, na sexta-feira (14), entre o ministro das Comunicações, Fabio Faria, e o ex-secretário Fabio Wajngarten, de acordo com as informações da colunista.

"O principal objetivo de Moro no debate era surpreender a campanha do Lula mostrando que eles estão com o principal algoz dele. E que ele deu informações para que Bolsonaro pudesse tentar discutir questões relacionadas à Lava Jato", apontou.

"Moro embarcou hoje para a Espanha, onde ele participa de um congresso relacionado à corrupção, mas as conversas continuam. A avaliação foi que a participação de Moro no debate foi positiva e a expectativa é que ele grave vídeos para a campanha do presidente Jair Bolsonaro."

Moro sabe que vai ter vida dura no Senado se Lula ganhar, diz Bombig

Relatando uma conversa do ex-ministro Sergio Moro com uma fonte, o colunista do UOL Alberto Bombig disse que o ex-juiz tem uma "grande preocupação" sobre como será a vida dele caso o ex-presidente Lula seja eleito presidente.

"Moro sabe que nem a pão e água ele será tratado num eventual novo mandato do Lula. Ele também tem muita preocupação com o que pode acontecer e com o que foi feito lá atrás com a 'Vaza Jato'", disse Bombig. "Moro entende que isso não é um episódio totalmente superado, apesar de agora ele ter a imunidade do mandato [de senador]."

Segundo o jornalista, o ex-ministro fez uma análise muito pragmática para se posicionar por um dos dois lados no segundo turno.

"Ele sabe que, de um lado, será um senador aliado, enquanto do outro lado não há conversa. A gente sabe que há grupos no PT que não querem deixar a vida do Moro em paz. Enquanto ele estiver persistindo na política ou em qualquer atividade pública, eles estarão lá incomodando, entrando com ação, fiscalizando o mandato dele."

"Isso pesou muito na decisão dele também", prosseguiu Bombig. "Se Bolsonaro vencer, ele acha que pode ter alguma desenvoltura no Senado para tentar disputar o governo do Paraná ou qualquer outra coisa. Se o Lula ganhar, ele sabe que a vida vai ser muito dura."

O programa O Radar das Eleições vai ao ar às terças-feiras.

Quando: toda semana, às 10h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL. Você também pode conferir nas plataformas de podcasts.

Veja a íntegra do programa: