Partidários do Novo pedem desfiliação de Amoêdo após apoio a Lula
Dirigentes e membros do Partido Novo, como o presidente da sigla Eduardo Ribeiro, o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema e o candidato à presidência pela legenda, Felipe D'Ávila, assinaram um documento que pede a "imediata desfiliação" de João Amoêdo, após declaração dele de apoio a Lula no segundo turno.
Amoêdo foi um dos fundadores do partido e responsável por doar quase todo o dinheiro necessário para custear as despesas de criação. O custo total foi de R$ 5 milhões e o empresário doou R$ 4,5 milhões.
Segundo os signatários do manifesto, João Amoêdo teria constrangido o partido com sua decisão e "a população brasileira confunde a figura de João Amoedo com a do Novo".
Em participação no UOL News nesta semana, Amoêdo negou que esteja apoiando a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele afirmou que não irá se engajar na campanha e também afirmou que sua declaração de voto é uma espécie de "contenção de danos".
"Seria incoerente da minha parte e iria contra o que eu acredito me engajar na campanha do Lula porque não são as ideias que eu defendo. Tão logo ele seja eleito estarei lá, caso ele venha a insistir em ideias e metodologias erradas, estarei no dia seguinte fazendo oposição", afirmou.
Outros seis motivos, além do apoio ao petista, são elencados no pedido de desfiliação:
- O antagonismo dele com mandatários do partido eleitos;
- A sua presença em reuniões e lives com outros movimentos, em que interlocutores ofenderam mandatários do Novo, sem haver contraposição. "Em algumas ocasiões sorrindo e aquiescendo com as ofensas".
- A participação em entrevista para defender um candidato a presidência da Câmara de Deputados de outro partido, embora o Novo tivesse o seu próprio candidato;
- A falta de menção e apoio público a candidatos do Novo, até mesmo para o presidenciável, Luiz Felipe D´Ávila;
- As constantes manifestações públicas de desqualificação da condução partidária;
- E a incoerência de estar em um projeto "no qual não se acredita mais, sobretudo quando é reconhecido pela população geral como uma grande liderança do partido, a despeito de ser, formalmente, apenas um filiado".
O UOL entrou em contato com Amoêdo para comentar o assunto e aguarda resposta.
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