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Bolsonaro cita Lula 22 vezes no primeiro bloco da sabatina da Record

Isabella Cavalcante e Gabryella Garcia

Do UOL, em São Paulo

23/10/2022 22h47Atualizada em 24/10/2022 03h02

O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, citou o nome ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) 22 vezes apenas no primeiro bloco da entrevista à Record na noite de domingo (23). Em outras sete vezes, ele chamou o petista de fujão. A emissora passaria um debate entre Lula e Bolsonaro, mas o petista declinou o convite e o chefe do Executivo foi, então, o único entrevistado.

A sabatina, apresentada por Eduardo Ribeiro, teve três blocos e duração de uma hora. No total, Bolsonaro citou o nome de Lula 28 vezes e o chamou de fujão em nove ocasiões. Ele também usou os termos descondenado e chefe de organização criminosa para se referir ao petista.

No primeiro bloco, Bolsonaro falou de seu adversário do segundo turno em quase todas as respostas —na primeira questão, o próprio apresentador incluiu o petista. Na segunda etapa, o presidente falou o nome do adversário outras duas vezes. No terceiro bloco, foram mais quatro citações nominais e outras duas vezes em que ele usou o termo fujão.

Bolsonaro ficou sozinho em entrevista no SBT na sexta-feira (21) pelo mesmo motivo de hoje: Lula negou ida a um debate na emissora e a rede fez sabatina apenas com o presidente. Semelhante a esta noite, o candidato à reeleição aproveitou para atacar o PT, citando temas de corrupção e crítica aos governos passados.

A campanha do presidente encarou as duas sabatinas como uma chance para desgastar a imagem do petista, diminuir a vantagem nas urnas e "controlar a narrativa", como publicou Carla Araújo, colunista do UOL.

Primeiras questões. A sabatina começou com Bolsonaro sendo questionado sobre o que ele gostaria de perguntar a Lula se ambos estivessem em debate.

"Acho que a mais importante é sobre aposentadoria. Nós temos uma massa grande de aposentados, pensionistas, servidores, aposentados rurais, entre outros. O Lula nunca foi afeito ao mercado, nunca teve preocupação em colocar bons ministros da economia", afirmou antes de citar "uma corrupção sem tamanho no governo" do adversário.

Outro assunto abordado no programa foi a relação de Bolsonaro com Jefferson —o presidente falou sobre o envolvimento do ex-deputado no Mensalão e voltou a citar o concorrente petista.

"Nós não passamos pano pra ninguém, diferentemente do Lula, que, quando Roberto Jefferson delatou o Mensalão, delatou inclusive José Dirceu, o Lula simplesmente passou pano pra tudo isso. Nós não somos amigos, nós não temos relacionamento, e tratamento para pessoas que são corruptas ou agem dessa maneira como Roberto Jefferson agiu, xingando uma mulher e também recebendo à bala policiais, o tratamento que será dispensado pelo governo Jair Bolsonaro será de bandido", afirmou.

Amizade com Jefferson? Após o ataque armado do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) contra policiais federais, era esperado que Bolsonaro falasse da prisão do então aliado.

Antes mesmo de entrar no estúdio, o presidente negou proximidade, como já havia feito mais cedo: "Não tem nada de amizade, tanto é verdade que agora em meados de setembro ele entrou com uma queixa-crime contra o Superior Tribunal Militar contra minha pessoa e do senhor ministro da defesa por prevaricação. Ou seja, quem me processa não pode alguém achar que é meu amigo".

Conforme publicado pelo site The Intercept, Jefferson acionou a Justiça Militar em setembro contra o presidente e o ministro da Defesa, o general do Exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. O ex-deputado acusou os dois de prevaricação por não terem insistido para que o Senado apreciasse o pedido de impeachment do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Bolsonaro mencionou o nome de Lula 28 vezes na sabatina da Record. Ele chamou o ex-presidente de "fujão" nove vezes. O texto foi corrigido.