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Lula: Bolsonaro teve 'petulância' de mandar ministro proteger Jefferson

Colaboração para o UOL

23/10/2022 21h17

O candidato à presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) teve a "petulância" de mandar um ministro para proteger o ex-deputado Roberto Jefferson, que atirou contra policiais federais neste domingo.

O petista se referia ao pedido do presidente para o ministro da Justiça, Anderson Torres, acompanhar a rendição de Roberto Jefferson. Nas redes sociais, Bolsonaro repudiou a reação de Jefferson, até então seu aliado, e o chamou de bandido.

"Bolsonaro é muito agressivo. Ele teve a petulância de mandar o ministro da Justiça lá para proteger um cidadão que tinha se recusado a se entregar para a PF que cumpria o mandado de um juiz. Ou seja, é um absurdo", disse Lula durante participação no podcast DL Show.

Na entrevista, Lula destacou que, primeiro, Bolsonaro "ofendeu os ministros da Suprema Corte" para, em seguida, enviar o ministro da Justiça até a casa do ex-deputado a fim de proteger "o aliado" que "se comportou como um bandido" ao atirar nos agentes da PF.

"Por que ele não mandou o ministro saber como matam tantos pobres na periferia todo santo dia? Por que quando há chacina ele não manda o ministro da Justiça para lá? Agora para proteger o aliado dele [ele manda]", falou.

O petista ironizou a declaração de Bolsonaro que tentou desvincular a imagem dele a de Jefferson ao dizer que "não tem foto" ao lado do presidente do PTB.

"[Bolsonaro] agora está com vergonha [do ex-aliado]. Agora [ele] vai dizer: 'eu nem conheço, aquela fotografia é que ele passou perto de mim e tiraram'. Não, ele só não é cabo eleitoral do presidente, como é sócio e defensor do presidente, de todas as malandragens", completou Lula, ressaltando que, caso Roberto Jefferson "estivesse comprando livros em vez de armas não teria feito a bobagem que fez".

Por que Jefferson foi preso? A ordem de prisão aponta o descumprimento de medidas cautelares por parte de Jefferson. No despacho, Moraes pediu prisão, busca e apreensão e proibiu entrevistas.

A decisão ocorreu depois de Jefferson xingar a ministra Cármen Lúcia, do STF, e a comparar com "prostitutas", "vagabundas" e "arrombadas" em uma publicação na internet. Ele estava proibido de usar as redes sociais, justamente por outra ordem de Moraes.

A gravação foi publicada no perfil da filha de Jefferson, a ex-deputada federal Cristiane Brasil (PTB), que teve a conta suspensa hoje.