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Carla: Bolsonarismo quer cortina de fumaça após caso Jefferson

Colaboração para o UOL

25/10/2022 11h50

A colunista do UOL Carla Araújo destacou, hoje, análise de Renato Meirelles, fundador do Instituto Locomotiva, sobre o caso do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB). Segundo ele, a campanha do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) não soube lidar com a situação e preferiu tentar escondê-la.

"Renato Meirelles disse que Bolsonaro não estava conseguindo modular o discurso. Tem que falar com o bolsonarista raiz, que defende arma, e tem que falar com o moderado, que ele tenta conquistar. O Renato Meirelles fez a aposta de que eles devem partir para a cortina de fumaça, que, na visão dele, é o que fez o [o ministro das Comunicações] Fábio Faria e o [secretário] Fabio Wajngarten com essas acusações, que não apresentaram documentação para o TSE", disse Carla em O Radar das Eleições.

A campanha de Bolsonaro afirma que houve fraude nas inserções de propagandas em rádios, mas ainda não apresentou provas da acusação. Isso ocorre ao mesmo tempo em que segue em destaque o ataque de Jefferson a policiais federais que cumpriam mandado de prisão fechada, por ordem do presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes.

"O Instituto Locomotiva fez pesquisas e apontaram que o público feminino tem receio dessa pauta de armas e mostrou que esse episódio teve impacto maior no público feminino e no público bolsonarista arrependido, viúvo da Operação Lava Jato. Foi um impacto pior que a questão das meninas venezuelanas e da violência em Aparecida", afirmou Carla.

Oyama: Aliados veem que caso Jefferson afastou Bolsonaro de novos eleitores

A equipe da campanha de Bolsonaro (PL) teme as consequências eleitorais do ataque de Jefferson contra a Polícia Federal. De acordo com Thaís Oyama, aliados acreditam que o presidente pode deixar de ganhar votos.

"O que diz a campanha é que, talvez, Bolsonaro não perca votos, mas deixe de ganhar preciosos votos. Esse pessoal indeciso, que não gostava de Bolsonaro, mas não gostava de Lula mais ainda, pretendia votar em Bolsonaro. Agora, esse sujeito pode mudar de ideia. Bolsonaro não ganharia votos dos indecisos que poderia ter ganhado", disse Thaís em O Radar das Eleições.

Na visão de Oyama, as consequências acontecem por causa de dois fatores: a associação de Jefferson com Bolsonaro, e também o medo da violência.

"O que diz a campanha é que essa associação com presidente, por si só, é justa e deletéria, não só por proximidade política, mas também no discurso. E tem outra consequência sobre a ideia que tentaram construir do 'Bolsonaro família', que defende valores. Isso espanta e faz com que um segmento do eleitorado rejeite Bolsonaro. A campanha teme que essa rejeição possa vir de mulheres acostumadas a conviver com violência, que rejeitam a disseminação da arma", afirmou Oyama.

Kennedy: Lula terá treinamento para controlar banco de tempo no debate

Na campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de acordo com Kennedy Alencar, já existe um foco no debate da Rede Globo, que será nesta sexta-feira (28).

"Lula pretende focar na agenda econômica, abordar temas do salário mínimo e dedução do imposto de renda. Falar de Roberto Jefferson depende do tom que Bolsonaro adotar. E vai ter preparação para Lula não cometer erros do primeira debate, que é o controle do banco de tempo. No final, ele deixou 5 minutos para o Bolsonaro falar livremente", lembrou Kennedy.

O Radar das Eleições vai ao ar às terças, às 10h.

Onde assistir: ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.