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Chico Alves: Explicação de Tarcísio é mais comprometedora do que áudio

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/10/2022 18h55Atualizada em 25/10/2022 22h07

Em participação no UOL News, o colunista Chico Alves disse que o candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) precisa explicar melhor a justificativa que deu sobre um integrante da sua campanha mandar um cinegrafista da Jovem Pan apagar imagens do tiroteio em um ato com a participação do político. O episódio ocorreu no dia 17 deste mês, em Paraisópolis, zona sul de São Paulo.

O áudio com o diálogo entre o integrante da campanha e o profissional da Jovem Pan foi publicado hoje pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmado pelo UOL. Em nota, a campanha de Tarcísio citou "interpretação equivocada" e "uso desrespeitoso de parte da imprensa e da campanha de Fernando Haddad sobre esse episódio".

Chico Alves destacou que o caso está imerso em polêmicas desde o início. "Há acusações veladas de que talvez fosse uma armação para que o Tarcísio se passasse como vítima, já que ele próprio deu a conotação de atentado político e depois voltou atrás", disse o jornalista.

O colunista afirmou que não é normal que a equipe de um candidato peça para um cinegrafista apagar as imagens que serão usadas em uma matéria jornalística.

"A explicação de Tarcísio não faz nenhum sentido: dizer que o pedido era para preservar a equipe de segurança ou da campanha, mas eles estavam em compromisso público que, assim como os do Haddad, são cobertos pela imprensa de forma massiva e todos estão sujeitos a aparecer em gravação ou foto", disse Alves.

"A explicação fica mais comprometedora do que o áudio e me faz pensar que tem alguma coisa por trás", concluiu.

'Pintou um clima': Decisão de Mendonça sobre fala de Bolsonaro é vergonhosa, diz Chico Alves

Chico Alves também falou sobre a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) André Mendonça, que negou a continuidade de cinco ações que pediam investigações sobre a conduta do presidente Jair Bolsonaro (PL) no episódio em que o candidato à reeleição afirmou que "pintou um clima" com adolescentes venezuelanas.

"Vergonhosa essa decisão do ministro André Mendonça", disse o colunista do UOL. "São quatro vídeos que estão circulando nas redes sociais em que o presidente Bolsonaro se refere a essa visita nessa comunidade do Distrito Federal. Em um deles, ele fala textualmente: [as meninas estão lá] para fazer programa."

"Qual outra interpretação podemos dar à fala do presidente da República? Eu queria que o ministro André Mendonça explicasse qual a dúvida que ele tem sobre o significado dessa fala de Bolsonaro", acrescentou Alves.

Tales: Bolsonaro faz jogo de palavras porque não pode provar fraude em urnas

O colunista do UOL Tales Faria analisou a fala do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre as Forças Armadas afirmarem ser "impossível dar um selo de credibilidade" às urnas eletrônicas usadas nas eleições brasileiras. Bolsonaro, no entanto, não apresentou provas sobre a declaração.

"O Exército não encontrou nada [de irregular com as urnas]. Então, Bolsonaro está forçando os militares a dizer que não dá para provar que a urna não pode ser fraudada — ou seja, faz um jogo de palavras que, na verdade, não quer dizer nada", afirmou o jornalista.

"Os militares não tinham que se meter nessa história. Isso foi um grande erro do ministro Luís Roberto Barroso tentando apaziguar a relação com o Executivo naquela época que Bolsonaro começou a guerra contra a Justiça Eleitoral", acrescentou.

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