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Oyama: Para aliados, caso Jefferson afastou Bolsonaro de novos eleitores

Colaboração para o UOL

25/10/2022 11h24

A equipe da campanha do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) teme as consequências eleitorais do ataque de Roberto Jefferson contra a Polícia Federal. De acordo com Thaís Oyama, aliados acreditam que o presidente pode deixar de ganhar votos.

"O que diz a campanha é que, talvez, Bolsonaro não perca votos, mas deixe de ganhar preciosos votos. Esse pessoal indeciso, que não gostava de Bolsonaro, mas não gostava de Lula mais ainda, pretendia votar em Bolsonaro. Agora, esse sujeito pode mudar de ideia. O Bolsonaro não ganharia votos dos indecisos que poderia ter ganhado", afirmou Thaís a O Radar das Eleições.

Na visão de Oyama, as consequências acontecem por dois fatores: a associação de Jefferson com Bolsonaro e o medo da violência.

"O que diz a campanha é que essa associação com presidente, por si só, é justa e deletéria, não só por proximidade politica, mas também no discurso. E tem outra consequência sobre a ideia que tentaram construir do 'Bolsonaro família', que defende valores. Isso espanta e faz com que um segmento do eleitorado rejeite Bolsonaro. A campanha teme que essa rejeição possa vir de mulheres acostumadas a conviver com violência, que rejeitam a disseminação da arma", disse Oyama.

Carla: Bolsonarismo busca cortina de fumaça após caso Jefferson, diz analista

Carla Araújo citou a análise de Renato Meirelles, fundador do Instituto Locomotiva, sobre o assunto. Para ele, o caso de Roberto Jefferson foi mais prejudicial a Bolsonaro do que a polêmica declaração sobre meninas venezuelanas. Por isso, houve a tentativa de mudar o foco da campanha com a acusação de fraude nas inserções de propagandas em rádios de Lula.

"Renato Meirelles disse que Bolsonaro não estava conseguindo modular o discurso. Tem que falar com o bolsonarista raiz, que defende arma, e tem que falar com o moderado, que ele tenta conquistar. O Renato Meirelles fez a aposta de que eles devem partir para a cortina de fumaça, que, na visão dele, é o que fez o [ministro das Comunicações] Fábio Faria e o [secretário] Fabio Wajngarten com essas acusações, que não apresentaram documentação para o TSE."

Kennedy: Lula terá treinamento para controlar banco de tempo no debate

Na campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de acordo com Kennedy Alencar, já existe um foco no debate da Rede Globo, que será nesta sexta-feira (28).

"Lula pretende focar na agenda econômica, abordar temas do salário mínimo e dedução do imposto de renda. Falar do Roberto Jefferson depende do tom que Bolsonaro adotar. E vai ter preparação para Lula não cometer erros do primeira debate, que é o controle do banco de tempo. No final, ele deixou 5 minutos para Bolsonaro falar livremente", lembrou Kennedy.

O Radar das Eleições vai ao ar às terças, às 10h.

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