O parque temático Beto Carrero World fez uma campanha que incentiva petistas a não votarem no domingo (30). De acordo com o colunista do UOL Josias de Souza, a ação é compra de voto e "coronelismo pós-moderno". A empresa, que fica em Santa Catarina, ofereceu desconto para petistas que permanecessem no parque durante o horário da votação.
"Sem nenhuma dúvida é um crime eleitoral. É uma perversão dessa nossa eleição: você restaurou práticas das décadas de 40 e 50, quando existiam aqueles coronéis da política que mantinham currais eleitorais e direcionavam voto, elegendo quem eles bem entendiam. Estamos presenciando um coronelismo pós-moderno. As empresas utilizam poder econômico para impulsionar votações", explicou Josias no UOL News.
Na opinião do colunista, o ato se configura como assédio eleitoral e compra de voto. "Esse parque está oferecendo vantagem em troca do não voto. Convida o petista para se divertir e, em troca, ele se ausenta. É assédio e compra de voto. Você está comprando a abstenção".
Josias também criticou o poder Judiciário por não conseguir lidar com esse problema.
"É um escárnio. E o escárnio é maior, porque o Judiciário, o Ministério Público do Trabalho, tem sido incapaz de deter esse coronelismo pós-moderno. No Ministério Público do Trabalho tinha mais de 1100 denúncias de assédio eleitoral, que é compra de voto. É 5 vezes mais do que aconteceu em 2018", destacou Josias.
Josias: '3º turno' começa antes do término do 2º
Josias de Souza também criticou a denúncia do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre inserções de rádio e explicou que se trata de uma "fantasia" criada para "buscar confusão".
"O que se verifica é que o 3º turno começou antes do término do 2º. Esse período deveria ser utilizado por Bolsonaro para buscar votos de indecisos. Mas o presidente está buscando confusão. Como as Forças Armadas não encontraram duendes dentro das urnas e o capitólio do Roberto Jefferson acabou lá em Bangu 8, o Bolsonaro está fabricando um novo escândalo, um radiolão, que é uma fábula radiofônica. Uma fantasia", concluiu Josias.
Acusação de Bolsonaro pode acabar sendo ilícito eleitoral, diz especialista
A denúncia de Jair Bolsonaro (PL) sobre suposta fraude em inserções de rádio pode configurar um crime eleitoral, de acordo com Fabro Steibel, especialista do Instituto de Tecnologia e Sociedade. Em participação no UOL News, ele explicou como isso poderia se configurar um ato ilícito.
"Talvez mais do que fake news, talvez se configure como crime eleitoral. Alexandre de Moraes está investigando se há uma campanha, ou seja, um conjunto de atos para um objetivo. E se o objetivo é atacar a lisura do processo eleitoral, contra o estado democrático de direito, pode configurar crime eleitoral. Se de repente tem alguém dentro do TSE e aparece na fala do presidente, e de repente tem alguém na rádio e está associado. O que Moraes está analisando é isso: se é um conjunto de atos com objetivo de criar algo ilícito", explicou Fabro.
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