'Meu objetivo principal é ser senador', diz Datena, candidato a prefeito
O candidato a prefeito de São Paulo, José Luiz Datena (PSDB), admitiu hoje em entrevista ao podcast "O Assunto", do G1, que seu sonho na política é ser eleito senador.
O que aconteceu
Datena falou sobre seus planos políticos ao comentar uma suposta traição à também candidata Tabata Amaral (PSB). Até abril, Datena era pré-candidato a vice de Tabata, mas acabou lançando-se candidato pelo PSDB. Ele disse que ficou sabendo pela imprensa que ela já negociava sua desistência. "Fui ter com ela. Falei 'não quero ir para o PSDB, quero ser seu vice'", afirmou.
Naquele momento, eu não queria ser prefeito de São Paulo. O meu objetivo, e ainda hoje, o meu objetivo principal é ser senador. É o que eu sempre pensei, ser senador. Eu queria começar como senador.
José Luiz Datena, candidato a prefeito
Apresentador quer expor vereadores
Sem coligação partidária, o tucano alfinetou Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) ao dizer que, se eleito, não terá "toma lá, da cá". "Sou o único candidato independente, livre, não tem toma lá, dá cá. Não sou como o Bolsonaro, que disse que não ia ter e teve. Com Lula teve também", afirmou, em referência à troca de emendas parlamentares por votos em projetos de interesse do governo.
Questionado sobre o que faria se fosse pressionado pelos vereadores, disse que iria à imprensa. "Eu vou a todos os meios de comunicação e falar: 'o projeto é esse, quem não quer votar esse projeto são esses caras que vocês elegeram, são o seu Legislativo, são os caras que são responsáveis por impedir que a cidade volte. São eles que não estão me deixando governar', e eles [eleitores] que se resolvam com os candidatos deles", afirmou.
Datena associa Nunes ao crime
O apresentador centrou suas críticas no atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB). Primeiro disse que o rival "é refém e tem medo do crime organizado" ao mencionar investigação sobre a infiltração do PCC nas empresas de ônibus da capital.
Mais tarde, Datena disse que "Nunes deveria ser investigado na máfia do radar". Segundo o tucano, os radares da cidade tem objetivo "arrecadatório". A comparação com "máfia" fazia referência à suspeita de que, enquanto vereador, o prefeito teria ligação com as "máfia das creches". No começo do mês, a Polícia Federal indiciou mais de 100 pessoas e pediu um inquérito mirando o prefeito.
Não sei se esse prefeito é refém, não sei se esse prefeito tem medo do crime organizado, não sei nem se ele participa do crime organizado. Seria venal [desonesto] eu dizer que [ele] participa, mas que é refém e tem medo, não tenho nenhuma duvida disso.
José Luiz Datena, candidato a prefeito
Câmera corporal na GCM e fiscais
Dentre suas propostas, Datena mencionou o uso de câmera corporal por fiscais da prefeitura. "Proponho que os fiscais usem câmeras de corpo. Se policiais usam, por que fiscal não podem usar?"
Questionado sobre o uso das câmeras pela Guarda Civil Metropolitana, afirmou ser favorável. "Está dando certo. A polícia está provando que age mais dentro da lei [do que fora dela]. As câmeras têm mostrado que eles [policiais] vivem na lei", disse.
Datena toma pito da apresentadora
No começo da entrevista, a apresentadora Natuza Nery reclamou que Datena não a deixava perguntar. "Você já ouviu falar numa expressão, 'manterrupting'? É quando o homem não deixa a mulher falar", disse ela. "Não é esse o meu objetivo", respondeu Datena interrompendo Natuza. "Com qualquer entrevistador, independentemente de gênero", disse. "Mais uma vez, você não me deixa falar", disse ela. "Eu respeito as mulheres", completou Datena, que pediu desculpas à apresentadora ao final da entrevista.
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