Conteúdo publicado há 22 dias

Tales: Reação forte de rivais fará de Marçal pária dentro da bolha dele

As campanhas de Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB) e José Luiz Datena (PSDB) acertaram ao cancelar as participações deles no debate marcado para hoje, em uma decisão forte para isolar Pablo Marçal (PRTB), avaliou o colunista Tales Faria no UOL News desta segunda (19).

Os três candidatos participariam do encontro promovido pela revista Veja e pela ESPM com os candidatos à Prefeitura de São Paulo, mas desistiram de comparecer ao evento alegando "descontrole" de Marçal nos debates anteriores. Oficialmente, a justificativa dos três foi "incompatibilidade de agendas".

Isso terá muita repercussão na eleição em São Paulo. A equipe de Nunes já estava reclamando com Bolsonaro. Os aliados de Nunes reclamaram com Tarcísio [de Freitas, governador de São Paulo], que certamente convenceu Bolsonaro de que estaria arriscado a ficar sem candidato em São Paulo se ficasse com Marçal. O próprio Bolsonaro está recuando. Abandonar Marçal é a melhor postura e a única possível.

Não podemos acabar com os debates eleitorais, que são fundamentais. Quando houver um candidato desse jeito, que não tem representatividade, legitimidade e vem para atrapalhar, saiam e o deixem. Ele não terá mídia desse jeito.

A reação das três campanhas é corretíssima, forte e terá resultados. Marçal acabará sendo um pária com a bolha dele. Os bolsonaristas-raiz incluiriam os eleitores do Nunes ou do Datena, que são muitos? Se incluírem, ficarão sem e será uma bolha reduzida. Aí, Datena, Nunes e Boulos poderão fazer campanhas e conquistar seu eleitorado.

A campanha precisava de uma ação contra Marçal. Deixá-lo solto, fazendo o que estava fazendo, era a destruição da campanha eleitoral em São Paulo e quiçá, acabariam o elegendo. Tales Faria, colunista do UOL

Tales ressaltou que a imprensa também deveria repensar o tratamento dispensado a Marçal, já que o candidato prioriza o sensacionalismo em vez de expor seus projetos para a cidade.

É uma atitude correta. Alguma coisa tinha que ser feita. A estratégia do Marçal é não respeitar regras, nem as do debate, nem as da Justiça Eleitoral.

Ele é punido e continua fazendo. Marçal nem deveria ter estado em debates, porque o partido dele não tem representação no Congresso. É preciso tirar esse personagem das manchetes. Cabe à imprensa analisar a importância que dá ao Marçal. Tales Faria, colunista do UOL

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Josias: Marçal controla cena eleitoral em SP e leva campanhas ao descontrole

A desistência de Boulos, Nunes e Datena do debate revela como Marçal assumiu o controle da cena eleitoral na cidade de São Paulo, avaliou Josias de Souza. O colunista defendeu uma mudança no formato dos debates.

Marçal conseguiu o que desejava. Ele conturbou a cena política de tal forma que a ausência de ideias dele foi ao segundo plano; o que está em primeiro plano é a habilidade do Marçal para criar confusão.

Seus principais adversários se retiram do debate e dão uma desculpa esfarrapada oficial. Todos sabemos que eles não vão por conta do suposto descontrole do Marçal. Não há descontrole; há um controle absoluto. Marçal passou a controlar a cena eleitoral no município de São Paulo.

No principal palco da eleição municipal, temos um personagem que, de tão disruptivo, levou as outras campanhas ao descontrole. Evitá-lo não é a melhor saída. Assim como explora a presença dos seus adversários, estimulando-os a perder a calma, ele também explorará a ausência. Marçal vai para as redes sociais e apresentará os três como 'fujões'. Josias de Souza, colunista do UOL

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