Sakamoto: Nunes passa por fase de 'alckminzação', entregando voto a Marçal
Ricardo Nunes (MDB) enfrenta um momento de desidratação de sua campanha à reeleição para a prefeitura de São Paulo e vê seus votos migrarem para Pablo Marçal (PRTB), afirmou o colunista Leonardo Sakamoto no UOL News desta terça (3).
Pesquisa divulgada hoje pelo instituto Real Time Big Data aponta um empate técnico na liderança entre Marçal (21% das intenções de voto), Guilherme Boulos (PSOL) e Nunes (ambos com 20%). Sakamoto frisou que o atual prefeito passa por um fenômeno semelhante ao que afetou Geraldo Alckmin nas eleições presidenciais de 2018, quando perdeu fôlego na reta final do primeiro turno.
Nas campanhas adversárias, discute-se muito se Marçal tem um teto e se chegou até ele. O teto de Marçal é o do bolsonarismo? Outra pergunta é se haverá uma transferência de votos da direita no Nunes para Marçal ainda no primeiro turno. Isso já está acontecendo, mas ela será maior e mais significativa? Haverá uma transferência mais robusta dos votos de Datena para Marçal?
Essas perguntas são importantes porque as eleições podem ser definidas ainda no primeiro turno. Hoje, é improvável que isso aconteça, mas em 2018 ocorreu uma desidratação na reta final de candidatos que estavam em terceiro, quarto e quinto lugares em direção a Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, os dois principais candidatos.
Há nas campanhas quem fale na 'alckminzação' de Nunes, que tem a ver com aquele fenômeno de 2018, quando Alckmin estava com maior tempo de TV e, de repente, desidratou. Os votos foram para Bolsonaro e Haddad. Houve uma desidratação coletiva e por pouco não houve vitória do Bolsonaro no primeiro turno. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Sakamoto destacou que a consolidação de um cenário polarizado em São Paulo pode mudar o equilíbrio apontado pelas pesquisas e até indicar uma possível definição ainda no primeiro turno.
Essas pesquisas são importantes para entendermos a tendência de mudança da pontuação dos candidatos, ainda mais neste momento de primeiro turno. O que vimos entre uma pesquisa e outra da Real Time Big Data é um crescimento bastante significativo de Marçal.
A depender do que aconteça, podemos ter uma decisão que termina no primeiro turno. É difícil, mas tudo pode acontecer. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Josias: Marçal se apresenta como 'antissistema', mas já flerta com centrão
Pablo Marçal (PRTB) prega ser um candidato "antissistema" em sua campanha à prefeitura de São Paulo, mas já acena uma aproximação com o União Brasil e o centrão, disse o colunista Josias de Souza.
Hoje, há um problema na democracia brasileira: ela tem dificuldade em se revelar útil e prosperam esses embustes, do tipo Marçal. A nós, cabe mostrar que já aconteceu e está ocorrendo um novo ensaio, agora no ambiente municipal.
Esse personagem já foi candidato à presidência também. Já se elegeu deputado federal, mas não permaneceu no Congresso porque sua candidatura foi cassada. Agora está tentando se eleger prefeito, com os olhos voltados para 2026. A nós, não cabe outra coisa senão mostrar ao eleitor a natureza dessa candidatura.
Essa candidatura se apresenta como 'antissistema' e já começa a flertar com o centrão. Outro dia, um vereador [Rubinho Nunes, do União Brasil] que participava da coligação com Ricardo Nunes o abandonou porque viu que Marçal cresceu.
O 'antissistema' Marçal já está namorando o sistêmico União Brasil, que é um dos principais partidos do centrão. Uma vez eleito, ele estará no colo desse partido, exatamente como ocorreu com Bolsonaro, que não só caiu no colo do centrão como lhe deu o orçamento secreto, engavetando mais de uma centena de pedidos de impeachment. O embuste é semelhante. Josias de Souza, colunista do UOL
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