Como funciona a apuração? Saiba para onde vai cada voto depositado na urna

Uma das maiores dúvidas dos brasileiros no período eleitoral é sobre como funciona a apuração do resultado das eleições. Alvo de diversas críticas e fake news, a urna eletrônica não é conectada à internet e utiliza um software próprio, o que, entre outros efeitos, garante um processo de votação seguro.

Como funciona a urna?

A urna eletrônica utiliza um sistema chamado Registro Digital de Voto (RDV), um meio de armazenamento eletrônico da composição do voto de cada eleitor. Os dados são gravados de forma aleatória, o que garante que os votos permanecem sigilosos, já que não permitiria a identificação de quem realizou o voto.

O RDV é o que garante a apuração da votação ao armazenar os votos de forma eletrônica. Além disso, também garante a possibilidade de recontagem de votos. O sistema usa um algoritmo computacional, que garante a plena funcionalidade, sem qualquer tipo de acesso remoto ou à internet.

Essas informações ficam registradas na memória da urna, que após o fim da votação é removida e enviada para o TRE (Tribunal Regional Eleitoral), juntamente com o Boletim de Urna, para garantir a apuração das eleições.

Como é a apuração?

Antes mesmo do começo das eleições, o presidente da seção eleitoral, na presença dos demais mesários, liga a urna e emite a chamada "zerésima", um relatório que contém toda a identificação daquela urna e comprova que nela estão registrados todos os candidatos e que nenhum deles computa voto, ou seja, que garante que a urna esteja zerada.

Após o último voto ser registrado, o presidente da seção realiza a retirada da memória da urna e grava em uma mídia de resultado, que nada mais é do que um pendrive. Além disso, também é impresso o Boletim de Urna, com os seguintes dados:

  • Data da eleição
  • Identificação do município, a zona e a seção eleitoral em que foram emitidos
  • Data e o horário do encerramento da votação
  • Código de identificação da urna eletrônica
  • Quantidade de eleitoras e eleitores aptos
  • Quantidade de eleitoras e eleitores que compareceram para votar
  • Quantidade de eleitores que não puderam ser identificados pela biometria
  • Resultado dos votos por candidato e por legenda, além dos votos brancos e nulos

Esse documento é impresso em cinco vias e encaminhado, juntamente com a memória, para o TRE da região, em um envelope lacrado.

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Os dados da memória da urna são codificados e, por precaução, continuam armazenados em um cartão de memória dentro da urna, funcionando com uma espécie de backup.

Ao chegar no TRE, os dados do cartão da urna são lidos e os votos são, enfim, contabilizados. Ao final da votação, são enviados para o Tribunal Regional Eleitoral.

Como é a contagem de votos?

No Brasil, existem duas modalidades de contagem de votos: proporcional e majoritária.

A votação majoritária é voltada para cargos do poder executivo, como presidente, governador, e no poder legislativo, para o cargo de senador. Em 2024, a eleição para prefeitos utilizará esse método. Nesse tipo de contagem, vence o candidato que tiver mais votos no pleito.

Já para os cargos do legislativo, a votação é proporcional. Isso significa que cada voto é contabilizado primeiramente para as coligações e partidos dos candidatos, que então conquistará uma determinada quantidade de cadeiras nos parlamentos nacionais, estaduais ou municipais,.

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Para ser eleito nesse tipo de votação, o candidato ou candidata precisa cumprir dois requisitos: ter votação equivalente a pelo menos 10% do quociente eleitoral e estar dentro das vagas a que o seu partido ou federação terá direito — isso é determinado pelo quociente partidário.

Em 2024, os vereadores serão eleitos pelo sistema proporcional de votação.

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