Bergamo: Periferia que deu vitória a Lula em 2022 foi ponto fraco de Boulos
Ponto forte da vitória de Lula em 2022, a periferia foi o calcanhar de Aquiles de Guilherme Boulos (PSOL) na eleição para a Prefeitura de São Paulo, analisou a colunista da Folha de S.Paulo Mônica Bergamo no UOL News desta segunda (7).
Boulos liderou a votação nas áreas central e nos extremos leste e noroeste da cidade. Ricardo Nunes (MDB), rival do psolista no segundo turno, levou a melhor na zona sul. Já Pablo Marçal (PRTB), terceiro colocado, ganhou na maior parte da zona leste e em alguns bairros da zona norte da capital paulista.
A situação é difícil. Conversando dentro da campanha dele, eles também sabem que é difícil. Não é impossível; já vimos viradas no Brasil, mas é complicado.
Boulos pode ter apoios amplos. Além de Lula, que eu imagino que vai se dedicar mais à campanha de São Paulo, ele tem Marta Suplicy, Geraldo Alckmin, Márcio França e mais ministros. A Tabata [Amaral (PSB), quarta colocada] já declarou voto nele, ampliando um pouco mais.
Qual é o calcanhar de Aquiles do Boulos? É justamente onde ele é mais forte: nas periferias. A população que ganha até dois salários mínimos, que votou massivamente no Lula em 2022 e lhe deu a vitória na capital, agora não foi para o Boulos com a força que se imaginava que poderia ir, sendo ele o candidato do Lula. Mônica Bergamo, colunista da Folha de S.Paulo
Para Bergamo, o atual prefeito obteve uma quantidade expressiva de votos na periferia por conta das obras que realizou nestes locais e pelo apoio de vereadores nas regiões em que Boulos costumaria ter mais votos.
O prefeito Ricardo Nunes conseguiu segurar a periferia de São Paulo, muito em função de a prefeitura sempre ter uma máquina. Em qualquer lugar do mundo, o candidato de oposição não tem obras para entregar.
O prefeito tem o poder, entregou obras e segurou o caixa. Ele é muito criticado por ter feito tudo na última hora. Mas segurou o caixa e acabou fazendo uma enxurrada de obras. Isso pesou na periferia. Pesou também o apoio de muitos vereadores com estruturas gigantescas. Tudo isso segurou a periferia com Nunes.
Se olharmos as tabelas do Datafolha, vemos que é ali na população de até dois salários mínimos que se deu a disputa maior entre Nunes e Boulos. Na classe média, a disputa do Nunes foi contra Marçal. O desafio para o Boulos é ir para essa periferia e pegar esses votos para ele, com o apoio do Lula e da Marta, intensificando o trabalho. Mas fácil não é. Mônica Bergamo, colunista da Folha de S.Paulo
Josias: Não faz bem ao prefeito hipótese de reunião com Pablo Marçal
A possibilidade de o prefeito Ricardo Nunes (MDB) se encontrar com Pablo Marçal (PRTB) para discutir um possível apoio no segundo turno da eleição para a Prefeitura de São Paulo revela aspectos vergonhosos da política, afirmou o colunista Josias de Souza.
A política tem algumas coisas que são vergonhosas. Não só o prefeito chamou Marçal de bandido como o governador Tarcísio de Freitas, que é o seu principal cabo eleitoral, disse que se o Brasil fosse um país sério, Marçal estava preso.
Ambos falavam em prisão para Marçal há 48 horas. Agora, o prefeito vem e diz que 'vai se reunir'. Ele considera objetivamente a hipótese de se reunir com Marçal. Essa intenção do prefeito ou esse fim das hostilidades é alguma coisa que surpreende.
Se somarmos os votos que foram obtidos pelo prefeito Ricardo Nunes, Pablo Marçal e a Marina Helena, a direita em São Paulo teve alguma coisa próxima de 60% dos votos válidos. Isso é muita coisa. O prefeito entra nessa disputa do segundo turno como o franco favorito. Josias de Souza, colunista do UOL
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